Acusado de sacar 200 mil euros a namorada
José Manuel Seco dizia ter negócios de peças preciosas e metais raros no estrangeiro
Um sócio do antigo diretor do Benfica, José Carriço, ambos condenados no caso de tráfico de droga conhecido como o “Porta 18”, vai ser julgado, dentro de dias, no Tribunal de Viana do Castelo, acusado de burlar uma namorada em cerca de 200 mil euros.
José Manuel Seco, a cumprir pena na cadeia de Paços de Ferreira, que namorou com a vítima entre 2012 e 2015, apresentava-se, de acordo com a acusação, como “negociante de peças preciosas e de metais raros”, e fazia “alarido dos seus negócios e dos lucros”.
Propôs à queixosa, a quem prometia “um futuro a dois”, tratando-a como “mulher da minha vida”, aplicar o seu dinheiro em negócios em Espanha e no Reino Unido.
“Ao longo da relação, o arguido sempre teve conhecimento da situação económico-financeira da ofendida, tema pelo qual sempre demonstrou interesse”, diz a acusação.
A mulher, que confiava na aparência de vida do arguido e na relação amorosa, entregou-lhe, em maio de 2013, cem mil euros. O arguido prometeu-lhe “rendimentos futuros exponenciais, e juros imediatos na ordem dos 10% mensais”.
Segundo a acusação, fazendo-se valer do ascendente que detinha sobre a ofendida, convenceu-a a fazer-lhe mais três transferências”, no total de mais de 100 mil euros.
Até que “a partir de março de 2014, o arguido começou a distanciar-se fisicamente da ofendida, alegando estar em trabalho no estrangeiro, sendo o contacto entre ambos mantido via telefone”.
Contactado pelo JN, Gil Balsemão, advogado do arguido, negou que ele“tivesse, em algum momento, intenção de enganar a ofendida, no sentido de não lhe devolver o dinheiro, e que grande parte dos valores em causa já foram devolvidos”.