Contas da igreja no centro de polémica com pároco
Fiéis ponderam recorrer a tribunal eclesiástico contra padre caso não apresente documentos. Arcipreste diz que população é que não vai à missa
Os paroquianos de Grade, Arcos de Valdevez, perderam a confiança no pároco, acusam-no de não prestar contas nem fazer obras na igreja e ponderam recorrer ao Tribunal Eclesiástico para que saia da paróquia.
A insatisfação com o padre já leva alguns anos, mas tem-se tornado mais evidente nos últimos meses, depois de este ter decidido fazer a missa dominical ao sábado. A população encara essa decisão como uma represália depois de terem deixado de lhe entregar o dinheiro sobrante das festas da paróquia.
Fátima Brandão, uma das paroquianas que está a liderar o movimento contra o padre Vítor Fernandes, contou que o pároco “fez uma obra de 26 mil euros na casa mortuária, mas como não tinha dinheiro, começou a pedir aos festeiros o que sobrava das festas da paróquia, só que como ele não presta contas, a população não lhe entregou” e pagou diretamente ao empreiteiro. De acordo com a paroquiana de 68 anos, o padre, “como re-
Há 14 anos em Grade
O padre Vítor Fernandes está há 14 anos na paróquia de Grade. É ainda pároco em Carralcova, onde também há contestação, Paçô e Cabana Maior.
Igreja a meter água
Os paroquianos dizem que obras são prioritárias, em especial no telhado que mete água e a instalação elétrica precisa de requalificação. taliação” dessa atitude, tirou as missas ao domingo, acabou com as festas da freguesia e não faz obras na igreja.
“Ele quer que o dinheiro que a gente dá seja para o lar, mas nós damos para a igreja que está a meter água”, vincou Fátima Brandão, reiterando: “Já ninguém tem confiança nele e se não tivermos uma solução do bispo, ponderamos ir ao Tribunal Eclesiástico”.
O JN tentou contactar o pároco, mas este não atendeu o telemóvel. O arcipreste de Arcos de Valdevez, padre Luciano Forte, atribuiu o desentendimento à intenção de “algumas pessoas quererem mandar mais do que o padre”, nomeadamente nas obras. “Quanto às contas, o que sei é que as apresenta, mas se as pessoas não vão à missa, também não têm acesso a elas”, acrescentou, indicando que as festas “têm a parte religiosa salvaguardada”.