PRAÇA DA LIBERDADE 63 anos
No dia 24 de junho o Hospital São João faz 63 anos. Somos mais de 6500 profissionais, 1100 camas, 35 salas de bloco cirúrgico, 250 gabinetes de consulta. Uma área geográfica que, nalgumas especialidades, dá apoio a mais de 3,5 milhões de pessoas. Um orçamento anual superior a 400 milhões de euros. Ensinamos estudantes e profissionais das várias áreas da saúde. Publicamos nas mais prestigiadas revistas mundiais. Ganhamos bolsas internacionais para realizar investigação básica e de translação. Possuímos centros de referência europeus e integramos os mais importantes ensaios clínicos. Dispomos de algoritmos espetaculares, meios imagiológicos extraordinários, testes genéticos e moleculares, uma quantidade impressionante de equipamentos e robots.
Mas isto não é realmente o que nos define. Toda esta tecnologia não é um fim em si mesmo. O principal foco do nosso trabalho são os doentes. A inteligência artificial, que tem crescido exponencialmente, é algo admirável, mas não substitui o humanismo, o cuidado e a empatia que precisamos de ter para sermos profissionais de saúde.
Os doentes não são apenas números numa folha de excel ou estatísticas em livros científicos. São pessoas, com nomes, família e história. Aqueles que realmente querem aprender, investigar, ensinar, que procuram a excelência e a inovação, que estão abertos a colocar os interesses dos doentes em primeiro lugar, esses, são bem-vindos ao Hospital São João. Para quem se apaixona pela medicina, trabalhar neste hospital será extremamente gratificante. Do nascimento até aos últimos momentos, teremos o privilégio de fazer parte da vida dos doentes. Esta é a nossa cultura.
Distinguimo-nos pelo planeamento e organização, antecipação e preparação. Temos uma capacidade única de trabalhar em equipa, combinando competência, saber, diferenciação técnica, mas também entrega, generosidade e dedicação. Possuímos estratégia, determinação e ambição de querer fazer sempre melhor, com um espírito cosmopolita e inovador. Não cedemos, nem capitulamos nos nossos princípios. Não nos resignamos com a escuridão da incompetência e dos pequenos interesses e procuramos sempre trazer uma luz de esperança, uma visão de futuro.
Na verdade, tudo o que nos caracteriza é próprio do SNS, que integramos com imenso orgulho, e estes valores são comuns a muitas outras instituições de saúde. Por isso, neste período de inverno, podemos estar pessimistas em relação ao amanhã, mas devemos estar otimistas em relação ao dia seguinte ao amanhã.