NEGLIGÊNCIA CRIMINOSA
Cão fere gravemente criança de quatro anos e mais três pessoas em Matosinhos
Diz quem vive e trabalha nas redondezas da igreja de Padrão da Légua, em Leça do Balio, Matosinhos, que era habitual ver no jardim que há em volta um cão de raça rottweiler a ser passeado sem trela ou açaime, mas que este “nunca fez mal a ninguém”.
Ontem de manhã, porém, a regra cedeu à exceção e o animal, que figura na lista dos canídeos potencialmente perigosos, atacou Inês Filipa Fernandes, uma criança de 4 anos, deixando-a bastante ferida. Principalmente na zona da cabeça.
Três adultos, incluindo os pais da menina, foram também atacados pelo cão, embora sem gravidade, ao acudirem-na. Sem prestar auxílio aos feridos, o homem de 24 anos que passeava o animal pôs-se em fuga, mas foi depois intercetado e detido pela PSP. O cão, legalizado e propriedade da namorada daquele, seguiu para o canil municipal.
O incidente deu-se cerca das 9.30 horas, enquanto decorria na capela mortuária da igreja um velório. Os pais da criança, que moram em Milheirós, na Maia, marcavam presença na homenagem ao pai de um amigo.
Segundo contou ao JN Jorge Ribeiro, filho do falecido, “o meu irmão estava no velório do nosso pai e ligou-me cerca das 10 horas a dizer que tinha sido atacado por um rottweiler”, relatando que também Rui Ribeiro, de 51 anos e vizinho da família atacada, acabou por ficar “ferido numa perna e num braço” ao tentar socorrer Inês Filipa e o pai, Paulo Fernandes, que estava no exterior com a filha e sofreu “alguns arranhões”.
A mãe da criança, Águeda Ma- galhães – que aquando do ataque “estava a pôr flores” na capela – também foi “ferida num braço” ao ir em auxílio da filha e do marido, que, antes do sucedido, “pediu ao dono do cão para prendê-lo com trela”, disse à nossa reportagem outra testemunha, Erivelton Do- mingos.
“O cão atacou a miúda e o meu irmão estava lá dentro [da capela] e ouviu os gritos dela e do pai. Quando chegou cá fora, viu que, em vez de segurar no cão, o dono estava a tentar retirar o telemóvel
Incidente aconteceu quando os pais de Inês Filipa estavam no velório de um amigo no Padrão da Légua
ao pai da miúda porque ele lhe tinha tirado uma fotografia [após a primeira investida do animal]. Foi aí que o cão atacou a miúda outra vez”, descreveu Jorge Ribeiro.
Segundo o JN apurou no local e junto de fontes da PSP, o dono do animal terá agredido Paulo Fernandes para lhe tirar o telemóvel, pelo que o pai de Inês foi ferido pelo cão e pelo dono.
O agressor fugiu do local mas veio a ser detido por agentes da PSP e levado para a esquadra de São Mamede de Infesta, em Matosinhos.