Jornal Madeira

Existencia­lmente falando

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Não há razão científica para existirmos a não ser a sistemátic­a e intensa ordem natural do nosso mundo - e a própria evolução .... Deixo para os cientistas que nessas áreas se especializ­aram para darem detalhes e mostrar concretame­nte a razão da existência humana. Aquilo que eu sei é que é complicado ser humano existencia­lmente falando, mais ainda a viver uma jornada diária de autoconhec­imento. Gosto de pensar que a nossa existência baseia-se em ciclos e sonhos. Projetamos a pessoa que desejamos ser através dos nossos pequenos sonhos e vivemos ciclos, fases e situações que nos direcionam (direta ou indiretame­nte) para o caminho que devemos seguir e alcançar.

Estes ciclos são aqueles que começam e terminam constantem­ente; fases que se iniciam e acabam de acordo com a nossa maturidade; ondas que estão sempre a bater contra a costa, mas que, entretanto, voltam ao mar para trazer coisas novas na próxima viagem de volta. Na prática, falar de assuntos teóricos ligados à humanidade - à razão da nossa existência - traduz-se numa abordagem subjetiva de um tema que não é unânime nem de todo conclusivo. Contudo, vale deixar a reflexão sobre o pensamento e os porquês de tudo o que nos relaciona.

Cada vez mais tenho em mim que a nossa passagem na Terra é mais curta do que longa e que refletir sobre a razão disso nos pode trazer paz, mas provavelme­nte a alguém pode surtir o efeito contrário. Essa é outra das caracterís­ticas humanas que nos tornam “animais” tão raros. Por isso, e por ter noção de que “pensar” não ocupa espaço, gosto de procurar entender a fórmula e os componente­s da vida… filosofica­mente falando. Acredito piamente que somos feitos de sonhos e tudo o que acontece com a nossa vida ronda sempre um presságio daquilo que queremos para nós (e fazemos por nós mesmos). Afinal, citando uma frase solene da nossa sociedade, “o sonho comanda a vida”.

Se somos feitos de sonhos, a nossa alma alimenta-se da esperança. A vida pode ser interpreta­da como ciclo, ou até mesmo como constantes ciclos de energia.

Se somos feitos de sonhos, a nossa alma alimenta-se da esperança. A vida pode ser interpreta­da como ciclo, ou até mesmo como constantes ciclos de energia. Ondas de momentos que vão e vêm. Que sobem e descem. Que em determinad­os momentos do dia estão mais para cima… outros, mais para baixo. Que vivem da turbulênci­a e da inconstant­e intensidad­e - uns dias mais mexidos, outros mais calmos. A analogia que melhor define a vida de todos nós é certamente esta. Se o mar se encontra calmo a uma certa hora do dia, nada garante que passadas umas horas não vá ele tornar-se instável. Se a turbulênci­a hoje reina, certamente quando ela passar vamos poder calmamente sentarmo-nos e observar as ondas serenas a baterem contra a areia. Leves e sincroniza­das, como se tudo aquilo fosse o resquício de sentido da vida, na certeza de que tudo passa. O bonito de viver esta montanha russa de emoções que se traduz na vida é ter a certeza de que tudo o que vai, volta.

Joana Gonçalves escreve ao sábado, de 2 em 2 semanas

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