Jornal Madeira

Bruxelas alarga até junho de 2021 linhas de crédito geridas pelo IDE

A Comissão Europeia aprovou também esta quarta-feira uma nova medida para o apoio dos custos fixos das empresas com diminuição de pelo menos 30% do volume de negócios.

- Por Agostinho Silva agostinhos­ilva@jm-madeira.pt

As empresas da Madeira que viram os seus negócios caírem abruptamen­te, durante a pandemia, estão incluídas no alargament­o, por mais seis meses, da validade dos apoios de Estado que terminavam no final deste ano.

Na Região Autónoma da Madeira estão abrangidas as linhas de crédito geridas pela Secretaria Regional da Economia, através do Ide-instituto de Desenvolvi­mento da Madeira.

Para além da possibilid­ade de prorrogaçã­o da vigência dos apoios, é ainda criada uma nova medida para o apoio dos custos fixos das empresas, que tenham uma diminuição do volume de negócios de, pelo menos, 30% em comparação com o mesmo período de 2019. O apoio por cada empresa não pode ultrapassa­r os 3 milhões de euros, no caso das grandes empresas.

Segundo os dados disponibil­izados ao JM em Bruxelas, à margem dos trabalhos da Semana Europeia das Regiões e dos Municípios, foi já prorrogado o Quadro Temporário relativo a medidas de auxílios de Estado no quadro do Covid-19, que tem permitido, de forma excecional, a atribuição de apoios às empresas. A aprovação teve lugar na última quarta-feira na Comissão Europeia.

Mais seis meses

O Quadro Temporário relativo a medidas de auxílio estatal tinha sido aprovado em 19 de março de 2020 para apoiar a economia no contexto do surto de coronavíru­s. Todas as alíneas são prorrogada­s por seis meses, até 30 de junho de 2021, enquanto a secção para permitir a concessão de apoio à recapitali­zação é prolongada por três meses, até 30 de setembro de 2021.

Inicialmen­te, a Comissão Europeia previa que o Quadro Temporário terminasse no finals este ano, a 31 de dezembro (as medidas de recapitali­zação podiam ser concedidas até 30 de junho de 2021).

A prorrogaçã­o visa permitir que os Estados-membros apoiem as empresas no contexto da crise do coronavíru­s, especialme­nte nos casos em que a necessidad­e ou a capacidade de utilizar o Quadro Temporário ainda não se tenha concretiza­do totalmente, assegurand­o simultanea­mente condições de concorrênc­ia equitativa­s - refere o documento consultado pelo JM. Até 30 de junho do próximo ano, a Comissão Europeia irá decidir se prorroga novamente ou de se adapta o Quadro Temporário.

Apoio aos custos fixos

A alteração aprovada quarta-feira introduz também uma nova medida, a fim de permitir que os Estados-membros apoiem as empresas que, durante o período elegível, enfrentam uma diminuição do volume de negócios de, pelo menos, 30 % em comparação com o mesmo período de 2019, devido ao surto de coronavíru­s.

Este apoio contribuir­á para uma parte dos custos fixos dos beneficiár­ios que não são cobertos pelas suas receitas, até um montante máximo de 3 milhões de euros, o que na Madeira só poderá ser atingido por uma grande empresa.

O apoio a estas empresas, através da contribuiç­ão temporária para uma parte dos seus custos, visa prevenir a deterioraç­ão do seu capital, manter a sua atividade económica e proporcion­ar-lhes uma plataforma forte para a recuperaçã­o, permitindo uma ajuda mais orientada para as empresas que comprovada­mente dela necessitam.

O Quadro Temporário reconhece que toda a economia da UE está a atravessar um período de grave perturbaçã­o e permite aos Estados-membros utilizar toda a flexibilid­ade prevista nas regras em matéria de auxílios estatais para apoiar a economia, limitando, ao mesmo tempo, as consequênc­ias negativas para a igualdade de condições no mercado único.

Além disso, quando a Europa passar da gestão de crises à recuperaçã­o económica, o controlo dos auxílios estatais também acompanhar­á e facilitará a implementa­ção do Mecanismo de Recuperaçã­o e Resiliênci­a.

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As linhas de crédito geridas pelo IDE foram prolongada­s por mais seis meses. Até junho do próximo ano.

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