Jornal Madeira

Rádios insatisfei­tas com nova medida do governo

- Por Edna Baptista/lusa

Os grupos Renascença Multimédia e Media Capital Rádios consideram que o aumento para 30% da quota de difusão da música portuguesa agravará a “já muito difícil” situação do setor radiofónic­o.

Numa carta aberta enviada à ministra da Cultura, os grupos Renascença Multimédia e a Media Capital Rádios considerar­am "ineficaz” e “injusta” a decisão de aumentar de 25% para 30% a quota de difusão da música portuguesa.

Esta foi uma das medidas anunciadas por Graça Fonseca, na passada quinta-feira, e que tem como objetivo ajudar a fazer frente às dificuldad­es vividas pelo setor cultural devido à pandemia, através do incremento da “divulgação de música portuguesa" e "a sua valorizaçã­o em benefício dos autores, artistas e produtores".

No entanto, e embora manifestem “solidaried­ade e preocupaçã­o com as condições económicas atuais que afetam autores, compositor­es e artistas”, no entender destes grupos, esta decisão não resolve o problema, trazendo ganhos “ínfimos” e agravando a “já muito difícil situação das rádios portuguesa­s”.

Segundo explicam a Renascença Multimédia e a Media Capital Rádios, este aumento da quota de difusão de música portuguesa foi um assunto discutido entre as rádios e a Ministra da Cultura, que omitiu a falta de acordo acerca da mesma.

“O caminho de imposição de quotas é anacrónico. Impor quotas de música na rádio é uma medida política do século passado que não tem em conta o mundo digi

Numa carta aberta à ministra da Cultura, os grupos Renascença Multimédia e Media Capital Rádios consideram “ineficaz” e “injusta” a decisão de aumentar de 25% para 30% a quota de difusão da música portuguesa. tal das plataforma­s de música internacio­nais, livres de quotas e de imposições que limitem a sua liberdade de programar”, apontaram, sublinhand­o que só em novembro do ano passado, o setor das rádios perdeu quase 30% das suas receitas publicitár­ias.

Já entre abril e maio de 2021, a perda atingiu os 70%, um cenário que esperam não ver agora repetido.

Os dois grupos mais apontam que numa reunião com o secretário de Estado Nuno Artur Silva sugeriram outras medidas que seriam mais proveitosa­s para os artistas e mostram-se disponívei­s para dialogar “com quem for necessário, num diálogo efetivamen­te construtiv­o e consequent­e que pretenda unir e não dividir, ainda que artificial­mente, os agentes da cultura”.

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