Miguel Silva
MEDO, ELEIÇÕES E APOIOS
Nunca como este ano foi difícil para as autarquias encontrarem membros para todas as mesas de voto. As eleições presidenciais do próximo domingo acontecem em plena pandemia, o que está na origem de várias substituições. Há elementos indicados que estão confinados, outros que estiveram em contacto com doentes e outros, pura e simplesmente, estão com receio de enfrentar tanta gente em apenas um dia. Tudo isso é legítimo. Mesmo assim, é preciso votar. É sempre preciso votar. Estas eleições, como todas, não se decidem com protestos, com batons ou com pedras. É com votos.
Medo é também o que resulta das novas medidas anunciadas para o País. Mais do que a obrigação de tomar poncha sentado, é o fecho de escolas que mostra como a situação é mais grave do que muitos pensam. Entre eles, os que continuam a fazer caminhadas em grupos pela serra em pleno confinamento.
Entretanto, os apoios. Ou a falta deles. Há novo tema para debate político sobre a recusa de Lisboa em estender à Região um programa nacional. Em termos partidários, essa ideia agrada a uns e penaliza outros. Mas não é disso que querem realmente saber os comerciantes, os empresários, os empreendedores. Quem tem salários para pagar, impostos a que não pode fugir, rendas para saldar e outros compromissos para cumprir não quer saber da dialética política. Bem mais importante do que isso é saber se os prometidos apoios chegam mesmo e quando chegam. Isso é o que realmente importa.
E por falar em ajudas, destaque para as medidas ontem aprovadas na Câmara do Funchal, que foram justamente aprovadas por unanimidade. Um bom sinal.