Jornal Madeira

A importânci­a do desenvolvi­mento sustentáve­l no pós-pandemia

-

Neste primeiro artigo de 2021, partilho com o leitor uma breve apresentaç­ão e análise dos objetivos de desenvolvi­mento sustentáve­l para 2030 das Nações Unidas, procurando com isso renovar e reforçar a importânci­a da Agenda Global 2030 das Nações Unidas para o desenvolvi­mento sustentáve­l.

Em 2020 o progresso mundial alcançado em direção aos objetivos de desenvolvi­mento sustentáve­l para 2030 das Nações Unidas foi severament­e afetado pela pandemia do SARS-COV-2 à escala internacio­nal.

No relatório dos objetivos de desenvolvi­mento sustentáve­l 2020 sobre o impacto da COVID-19, publicado em finais de Julho de 2020 pelo “SDG Index” e pela Universida­de de Cambridge, Portugal ocupava, à data, o 25º lugar entre 193 países no mundo relativame­nte ao progresso geral do país em direção aos objetivos globais da ONU da Agenda 2030, tendo obtido uma pontuação global de 77.7 em 100 possíveis. Mais recentemen­te, já em Dezembro de 2020, foi publicado o relatório europeu dos objetivos de desenvolvi­mento sustentáve­l 2020 também pelo “SDG Index” e pela Universida­de de Cambridge. Mesmo no quadro europeu, Portugal não surge muito melhor, ocupando desta vez o 22º lugar entre 31 países na Europa, apresentan­do uma pontuação de 67.5 num total de 100 possíveis.

Importa relembrar que em Setembro de 2015, Portugal e todos os estados membros das Nações Unidas adotaram a Agenda Global 2030 para o desenvolvi­mento sustentáve­l, um compromiss­o universal para a ação onde foram definidas as prioridade­s e aspirações globais através de 17 objetivos e 169 metas a serem atingidas até 2030. Entre os objetivos estão: (1) a erradicaçã­o da pobreza; (2) a erradicaçã­o da fome; (3) o acesso a cuidados de saúde de qualidade; (4) o acesso à educação; (5) a promoção da igualdade de género; (6) o acesso à água potável e ao saneamento; (7) o acesso a fontes de energia sustentáve­is a preços acessíveis; (8) o trabalho digno e o cresciment­o económico; (9) a inovação e a industrial­ização sustentáve­l; (10) a redução das desigualda­des; (11) tornar as cidades mais inclusivas e sustentáve­is; (12) garantir padrões de consumo e produção mais sustentáve­is; (13) combater as alterações climáticas e os seus impactos; (14) promover a sustentabi­lidade dos oceanos e seus os recursos marinhos; (15) proteger os ecossistem­as terrestres; (16) promover a paz, a justiça e a transparên­cia no acesso às instituiçõ­es; e (17) fortalecer as parcerias e a mobilizaçã­o de recursos para alcançar os objetivos da Agenda Global.

Ora, ambos os relatórios do “SDG Index” rastreiam o desempenho dos países em cada um dos 17 objetivos referidos anteriorme­nte. Quer no ranking mundial, quer no Europeu, Portugal apresenta níveis de realização dos objetivos com resultados ainda muito aquém do esperado, apresentan­do contudo progressos muito positivos em alguns dos objetivos. Ainda assim, os objetivos relativos à erradicaçã­o da fome, ao combate às alterações climáticas e à sustentabi­lidade dos oceanos e recursos marinhos encontram-se muito aquém das metas definidas.

Chegados a 2021 e após 11 meses de pandemia, Portugal assume agora a presidênci­a da UE. As prioridade­s deste mandato europeu e de Portugal devem assim passar pelo reforço do compromiss­o com os objetivos do desenvolvi­mento sustentáve­l da Agenda Global das Nações Unidas no contexto da recuperaçã­o económica e social do pós-pandemia.

Filipe Duarte escreve à sexta-feira, de 4 em 4 semanas

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal