Polícias “exaustos” e “preocupados”
As acusações são de dois sindicatos da PSP que revelam ao JM estarem a acompanhar com muita preocupação a falta de condições e de apoio a quem fiscaliza na primeira linha o combate à pandemia.
As associações sindicais dos profissionais da Polícia alertam os governantes para a situação em que se encontram os operacionais que têm andado na linha da frente no combate à pandemia, garantindo os sucessivos estados de emergência.
As denúncias são de Adelino Camacho, representante na Madeira da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP), e Armando Ferreira, líder nacional do Sindicato Nacional da Policia (SINAPOL), afirmando este último que os operacionais se sentem "exaustos, maltratados e a pagar os equipamentos de proteção individual” do seu próprio bolso.
Ao nível regional, Adelino Camacho discorda e acrescenta que a realidade é outra, já que quanto “ao equipamento de proteção individual (EPI) para operacionais, não temos qualquer reparo a fazer nem a comentar”.
Adelino Camacho revela que a partir daqui, na prática, o que “se percebe, é que o prolongamento da pandemia é que tem sido um pouco desgastante do ponto de vista físico e psicológico”, porque para além de profissionais da segurança pública, todos os polícias “têm família” e também estão preocupados “com o que se passa na nossa ilha e no nosso país, no seu geral”.
O comissário responsável pela delegação sindical da ASPP sublinha, todavia, que “não pode afirmar que os operacionais estejam exaustos e maltratados, uma vez que os termos não são propriamente os mais adequados à situação em concreto, pelo menos no comando regional” da PSP.
Preocupação na vacinação
De acordo com estes sindicatos da Polícia de Segurança Pública, a vacinação contra a covid-19 ainda não atingiu o dispositivo efetivo, nem está prevista a imunidade de grupo brevemente, já que cerca de metade dos operacionais da polícia que andam na rua ainda estão por vacinar.
A Madeira deve ser dos poucos comandos onde o número de polícias vacinados “já deve rondar os 60% do dispositivo”, pelo menos com a primeira dose, revelou o responsável da SINAPOL.
De acordo com este sindicato, o dispositivo operacional integrado em equipas de fiscalização covid em território continental, apesar de "trabalhar no terreno exaustivamente" ainda não foi vacinado, o que traduz "uma irresponsabilidade na gestão destes recursos humanos".
Situação que cria “pressão psicológica” sobre os mesmos, considerando ser “exigida a mesma função” a um operacional que não
está vacinado do que aos outros que “estão vacinados e tem outra segurança quando vão para casa”. Críticas ao líder da Task-force Ao JM, Armando Ferreira revelou que ao ouvir o “vice-almirante (responsável pela task-force) pretender acabar com os grupinhos, no mínimo quer acabar com os grupos prioritários” no programa de vacinação, nomeadamente “os polícias e isso é algo que terá da parte do SINAPOL uma forte oposição”.