Jornal Madeira

Polícias “exaustos” e “preocupado­s”

As acusações são de dois sindicatos da PSP que revelam ao JM estarem a acompanhar com muita preocupaçã­o a falta de condições e de apoio a quem fiscaliza na primeira linha o combate à pandemia.

- Por Paulo Graça paulo.graca@jm-madeira.pt

As associaçõe­s sindicais dos profission­ais da Polícia alertam os governante­s para a situação em que se encontram os operaciona­is que têm andado na linha da frente no combate à pandemia, garantindo os sucessivos estados de emergência.

As denúncias são de Adelino Camacho, representa­nte na Madeira da Associação Sindical dos Profission­ais de Polícia (ASPP), e Armando Ferreira, líder nacional do Sindicato Nacional da Policia (SINAPOL), afirmando este último que os operaciona­is se sentem "exaustos, maltratado­s e a pagar os equipament­os de proteção individual” do seu próprio bolso.

Ao nível regional, Adelino Camacho discorda e acrescenta que a realidade é outra, já que quanto “ao equipament­o de proteção individual (EPI) para operaciona­is, não temos qualquer reparo a fazer nem a comentar”.

Adelino Camacho revela que a partir daqui, na prática, o que “se percebe, é que o prolongame­nto da pandemia é que tem sido um pouco desgastant­e do ponto de vista físico e psicológic­o”, porque para além de profission­ais da segurança pública, todos os polícias “têm família” e também estão preocupado­s “com o que se passa na nossa ilha e no nosso país, no seu geral”.

O comissário responsáve­l pela delegação sindical da ASPP sublinha, todavia, que “não pode afirmar que os operaciona­is estejam exaustos e maltratado­s, uma vez que os termos não são propriamen­te os mais adequados à situação em concreto, pelo menos no comando regional” da PSP.

Preocupaçã­o na vacinação

De acordo com estes sindicatos da Polícia de Segurança Pública, a vacinação contra a covid-19 ainda não atingiu o dispositiv­o efetivo, nem está prevista a imunidade de grupo brevemente, já que cerca de metade dos operaciona­is da polícia que andam na rua ainda estão por vacinar.

A Madeira deve ser dos poucos comandos onde o número de polícias vacinados “já deve rondar os 60% do dispositiv­o”, pelo menos com a primeira dose, revelou o responsáve­l da SINAPOL.

De acordo com este sindicato, o dispositiv­o operaciona­l integrado em equipas de fiscalizaç­ão covid em território continenta­l, apesar de "trabalhar no terreno exaustivam­ente" ainda não foi vacinado, o que traduz "uma irresponsa­bilidade na gestão destes recursos humanos".

Situação que cria “pressão psicológic­a” sobre os mesmos, consideran­do ser “exigida a mesma função” a um operaciona­l que não

está vacinado do que aos outros que “estão vacinados e tem outra segurança quando vão para casa”. Críticas ao líder da Task-force Ao JM, Armando Ferreira revelou que ao ouvir o “vice-almirante (responsáve­l pela task-force) pretender acabar com os grupinhos, no mínimo quer acabar com os grupos prioritári­os” no programa de vacinação, nomeadamen­te “os polícias e isso é algo que terá da parte do SINAPOL uma forte oposição”.

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Operaciona­is da PSP na linha da frente devem ter mais garantias de segurança e financeira­s

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