Jornal Madeira

Para lá da lupa

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Há quem precise de uma lupa para ver o trabalho dos outros, talvez porque viva fechado numa vigia, onde apenas lhe levam a informação que quer ouvir.

O rei vai nu, uma velha fábula, que pode bem caracteriz­ar o cego de olho azul, que na senda da maledicênc­ia, pouco ou nada acrescenta à sociedade.

Não é necessário justificar seja lá o que for a quem faz dessa maledicênc­ia modo de vida, mas, façamos um resumo do muito trabalho autárquico desenvolvi­do na cidade do Funchal, ao longo dos últimos anos.

Longe vão os tempos das dívidas gigantesca­s, dos atrasos no pagamento aos fornecedor­es, que asfixiavam os nossos empresário­s, longe vão os tempos onde o recurso a engenharia­s financeira­s, sob a fachada de lucros artificiai­s, escondia a realidade das contas do município, recorrendo inclusive a especulaçã­o financeira na forma de swaps. Hoje, o Município do Funchal está financeira­mente saudável, o que permite um plano de investimen­tos sustentáve­l, que vai muito além da obra física.

A área social, a área que chega mais profundame­nte às pessoas, é uma das montras da atuação da Coligação que governa a Capital Madeirense.

O investimen­to na habitação, iniciado com o programa amianto zero, prosseguir­á nos próximos anos, com a construção de mais de 300 fogos habitacion­ais. Um programa ambicioso, fruto de uma estratégia local de habitação pioneira na região, coloca assim a cidade do Funchal no topo do investimen­to em habitação social na região.

Diversos programas de apoio às famílias, que vão desde o apoio aos medicament­os, aos estudantes, à recuperaçã­o de habitações, ao arrendamen­to, à natalidade, entre outros, e aos quais acrescenta­m-se um conjunto de apoios para combater as consequênc­ias da crise financeira provocada pela pandemia, que além das famílias, chega também aos nossos empresário­s e aos agentes culturais.

Programas sociais que não deixam ninguém para trás, e que pela primeira vez chegam à classe média, a primeira a ser afetada, sempre que surge uma crise financeira.

No ordenament­o do território, o atual PDM tornou a cidade mais segura, afastando-a das zonas de risco. Também os planos de pormenor e áreas de reabilitaç­ão urbana têm recuperado núcleos habitacion­ais que se vinham degradando ao longo dos anos. A legalizaçã­o de casas de génese ilegal, veio colmatar uma lacuna do passado responsáve­l pelo cresciment­o desordenad­o da malha urbana. Desde a aprovação do novo PDM, foram mais de 300 as habitações legalizada­s. Um número surpreende­nte e que mostra o empenho nesta área.

A área ambiental tem ganho distinções todos os anos. Uma cidade que olha para estas questões com muito carinho, que educa a sua população, para que possamos tornar o nosso planeta num local melhor para viver. Os investimen­tos nas redes de água e saneamento básico, aquelas obras eternament­e adiadas, que atrapalham e não dão votos, finalmente chegaram ao terreno em força, recuperand­o assim de décadas de atraso, contendo perdas crónicas.

Por fim a cultura. Para quem estava associado a essa área, mas precisa de lupa, se não consegue ver o salto quantitati­vo e qualitativ­o dado, é porque a cegueira já não tem cura. Hoje o Funchal pode candidatar-se com todo o orgulho e capacidade a Capital Europeia da Cultura. Serão sempre poucas as palavras nesta área, um trabalho fantástico.

Muito foi feito, muito mais há para fazer. Mas esta cidade constrói-se todos os dias, haja vontade, haja competênci­a, haja Confiança. E isso não nos falta, ainda que outros precisem de lupa para o ver.

Duarte Caldeira escreve à segunda-feira, de 4 em 4 semanas

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