Jornal Madeira

ACA recusa-se a sair da sede em tempo de pandemia

A Associação Conversa Amiga não quer colocar as suas sete dezenas de utentes em situação ainda de maior fragilidad­e.

- Por Carla Ribeiro carlaribei­ro@jm-madeira.pt

A ACA (Associação Conversa Amiga) escreveu, ontem, ao presidente da Câmara Municipal do Funchal, Miguel Silva Gouveia, dando conta da sua oposição à caducidade do contrato de comodato e não vai abandonar as instalaçõe­s, conforme solicitado pela autarquia.

Pelo menos enquanto não se verificar o levantamen­to integral das medidas de prevenção, contenção, mitigação e tratamento da covid-19. Esta informação foi também já publicada no edifício na Rua da Alegria, onde a ACA trabalha desde que celebrou contrato com a autarquia funchalens­e. A Associação em causa, que a 28 de fevereiro acusou a Câmara do Funchal, em declaraçõe­s ao JM, de ter abandonado os sem-abrigo, vem agora sublinhar que os seus 78 utentes estão em grave risco em altura de pandemia, pelo que a decisão da autarquia de retirar as instalaçõe­s à ACA em sessenta dias não vai ser cumprida. “A desocupaçã­o do imóvel em sessenta dias irá colocar os utentes desta associação em situação de grande fragilidad­e social”, refere Duarte Paiva, representa­nte da ACA na Madeira, na missiva que enviou ao município do Funchal. Sendo uma associação de solidaried­ade sem fins lucrativos, a ACA está intimament­e dependente das receitas que são doadas por terceiros e por entidades públicas. Duarte Paiva acrescenta que a situação pandémica veio determinar uma forte contração de donativos de particular­es, os quais representa­m 10% do total do apoio. O outros 90% vinham da autarquia que prescindiu dos serviços por considerar, conforme também noticiou o JM, que a associação não estava a realizar um trabalho que correspond­esse às expectativ­as iniciais.

 ??  ?? A ACA está a fazer braço de ferro com a Câmara do Funchal.
A ACA está a fazer braço de ferro com a Câmara do Funchal.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal