Jornal Madeira

RUI ALVES FECHA CICLO “SE APARECER ALTERNATIV­A CREDÍVEL”

- Por Daniel Faria danielfari­a@jm-madeira.pt

No fundo da tabela e a atravessar um ciclo de oito derrotas consecutiv­as na Liga. É este o momento atual do Nacional, que corre sérios riscos de descer, pela terceira vez, no espaço temporal de cinco temporadas. Depois da descida em 2016/17, o percurso do Nacional no futebol português tem sido um autêntico ‘carrossel’. Um ‘sobe e desce’. Desceu em 2016/17, subiu em 2017/18, desceu em 2018/19, subiu em 2019/20... e agora corre o risco de descer novamente. O cenário é negro, mas Rui Alves acredita na equipa, apesar de reconhecer que a situação é complicada, olhando também para as eleições de junho como um momento ainda por analisar, nas quais poderá mesmo não se recandidat­ar, caso surja uma alternativ­a credível.

Como explica o atual momento do Nacional, em risco de descer pela terceira vez em cinco anos?

Naturalmen­te que vemos o atual momento no campeonato com muita preocupaçã­o. Não era, definitiva­mente, o que esperávamo­s desta equipa, nesta altura do campeonato. Mas uma junção de fatores determinou esta situação. Nunca é só uma coisa, são vários fatores que nos colocaram na posição onde estamos agora. Mas ainda nada está decidido. Há mais campeonato pela frente para disputar e não é o momento de traçar já o pior cenário. Temos é de encarar o problema de cara levantada e com confiança em nós próprios, sem nunca deitar a toalha ao chão. Ir para o campo e dar o máximo, pois o tempo urge e a época caminha para o seu final. Isto é difícil para todos, não estamos sozinhos nesta luta e temos de encará-la com confiança e com a cara levantada, tentando responder aos problemas e ao momento menos bom da melhor maneira.

O plantel construído tem realmente qualidade para se manter na I Liga?

Tivemos alguns acontecime­ntos que nos apanharam de surpresa, impossívei­s de prever. Um deles foi a doença do nosso guarda-redes principal, o Daniel Guimarães. Não esperávamo­s isso e claro que teve influência na equipa. Mas em relação ao plantel propriamen­te dito, foi o que conseguimo­s fazer, dentro das nossas limitações. Em pleno mês de abril, com a época a acabar, não tenho qualquer ver MANUEL MACHADO CONTINUA A SER A PESSOA CERTA

PARA O NACIONAL.

FOI A MELHOR

ESCOLHA NESTA

ALTURA PARA ORIENTAR A EQUIPA. ba do Governo Regional. Imagina a dificuldad­e para enfrentar uma época nestes termos? Digo, o plantel até poderia ser melhor, mas foi melhor assim, porque o clube está estável financeira­mente. Se fizesse um plantel com jogadores mais caros, o clube poderia ter agora salários em atraso e ninguém quer isso. O objetivo não é colocar o clube em risco com plantéis acima do que podemos suportar. Não podemos dar o passo maior do que a perna. Fizemos este plantel, com alguma consciênci­a do risco, mas nunca pensámos que íamos estar na situação atual na tabela classifica­tiva. Não há orçamento para plantéis de alta qualidade, até porque os apoios do Governo Regional ainda nem chegaram à nossa conta. Sem esse parceiro, o Nacional terá mesmo de remeter-se à esfera regional. Não podemos criar plantéis acima das nossas possibilid­ades, deixámos cair alguns jogadores referencia­dos no início da época, simplesmen­te porque não havia margem financeira.

Houve equívocos na construção do plantel?

Não houve equívocos. Já expliquei. Não há orçamento para plantéis acima das nossas possibilid­ades.

A saída de Luís Freire deveria ter acontecido mais cedo?

Foi a altura certa. Se a decisão está correta ou não, ou se foi na altura certa, só a história pode definir isso, é assim que funciona no futebol. Só depois a longo prazo é que sabemos efetivamen­te se foi correta a decisão, mas acho que foi na altura certa, foi na altura que deveria ter acontecido a saída do técnico Luís Freire do comando do Nacional. Estas situações no futebol, ligadas a decisões e a treinadore­s, são um teste permanente. Mas vinco que a saída aconteceu na altura que tinha de acontecer.

Manuel Machado foi a melhor escolha? Em dois jogos sofreu 10 golos e marcou apenas 2.

Continua a ser a pessoa certa para o Nacional nesta altura. Foi claramente a melhor escolha para orientar o clube nesta reta final. Não se pode mudar de opinião todos os dias ou todas as semanas. Os adeptos mudam de opinião conforme os resultados, esse fenómeno é normal. Agora quem dirige não pode mudar assim de paradigma. Fomos buscar o Manuel Machado e continuamo­s a acreditar nas suas capacidade­s. Conhece muito sobre o

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