RUI ALVES FECHA CICLO “SE APARECER ALTERNATIVA CREDÍVEL”
No fundo da tabela e a atravessar um ciclo de oito derrotas consecutivas na Liga. É este o momento atual do Nacional, que corre sérios riscos de descer, pela terceira vez, no espaço temporal de cinco temporadas. Depois da descida em 2016/17, o percurso do Nacional no futebol português tem sido um autêntico ‘carrossel’. Um ‘sobe e desce’. Desceu em 2016/17, subiu em 2017/18, desceu em 2018/19, subiu em 2019/20... e agora corre o risco de descer novamente. O cenário é negro, mas Rui Alves acredita na equipa, apesar de reconhecer que a situação é complicada, olhando também para as eleições de junho como um momento ainda por analisar, nas quais poderá mesmo não se recandidatar, caso surja uma alternativa credível.
Como explica o atual momento do Nacional, em risco de descer pela terceira vez em cinco anos?
Naturalmente que vemos o atual momento no campeonato com muita preocupação. Não era, definitivamente, o que esperávamos desta equipa, nesta altura do campeonato. Mas uma junção de fatores determinou esta situação. Nunca é só uma coisa, são vários fatores que nos colocaram na posição onde estamos agora. Mas ainda nada está decidido. Há mais campeonato pela frente para disputar e não é o momento de traçar já o pior cenário. Temos é de encarar o problema de cara levantada e com confiança em nós próprios, sem nunca deitar a toalha ao chão. Ir para o campo e dar o máximo, pois o tempo urge e a época caminha para o seu final. Isto é difícil para todos, não estamos sozinhos nesta luta e temos de encará-la com confiança e com a cara levantada, tentando responder aos problemas e ao momento menos bom da melhor maneira.
O plantel construído tem realmente qualidade para se manter na I Liga?
Tivemos alguns acontecimentos que nos apanharam de surpresa, impossíveis de prever. Um deles foi a doença do nosso guarda-redes principal, o Daniel Guimarães. Não esperávamos isso e claro que teve influência na equipa. Mas em relação ao plantel propriamente dito, foi o que conseguimos fazer, dentro das nossas limitações. Em pleno mês de abril, com a época a acabar, não tenho qualquer ver MANUEL MACHADO CONTINUA A SER A PESSOA CERTA
PARA O NACIONAL.
FOI A MELHOR
ESCOLHA NESTA
ALTURA PARA ORIENTAR A EQUIPA. ba do Governo Regional. Imagina a dificuldade para enfrentar uma época nestes termos? Digo, o plantel até poderia ser melhor, mas foi melhor assim, porque o clube está estável financeiramente. Se fizesse um plantel com jogadores mais caros, o clube poderia ter agora salários em atraso e ninguém quer isso. O objetivo não é colocar o clube em risco com plantéis acima do que podemos suportar. Não podemos dar o passo maior do que a perna. Fizemos este plantel, com alguma consciência do risco, mas nunca pensámos que íamos estar na situação atual na tabela classificativa. Não há orçamento para plantéis de alta qualidade, até porque os apoios do Governo Regional ainda nem chegaram à nossa conta. Sem esse parceiro, o Nacional terá mesmo de remeter-se à esfera regional. Não podemos criar plantéis acima das nossas possibilidades, deixámos cair alguns jogadores referenciados no início da época, simplesmente porque não havia margem financeira.
Houve equívocos na construção do plantel?
Não houve equívocos. Já expliquei. Não há orçamento para plantéis acima das nossas possibilidades.
A saída de Luís Freire deveria ter acontecido mais cedo?
Foi a altura certa. Se a decisão está correta ou não, ou se foi na altura certa, só a história pode definir isso, é assim que funciona no futebol. Só depois a longo prazo é que sabemos efetivamente se foi correta a decisão, mas acho que foi na altura certa, foi na altura que deveria ter acontecido a saída do técnico Luís Freire do comando do Nacional. Estas situações no futebol, ligadas a decisões e a treinadores, são um teste permanente. Mas vinco que a saída aconteceu na altura que tinha de acontecer.
Manuel Machado foi a melhor escolha? Em dois jogos sofreu 10 golos e marcou apenas 2.
Continua a ser a pessoa certa para o Nacional nesta altura. Foi claramente a melhor escolha para orientar o clube nesta reta final. Não se pode mudar de opinião todos os dias ou todas as semanas. Os adeptos mudam de opinião conforme os resultados, esse fenómeno é normal. Agora quem dirige não pode mudar assim de paradigma. Fomos buscar o Manuel Machado e continuamos a acreditar nas suas capacidades. Conhece muito sobre o