Jornal Madeira

Porto Santo recebe evento da Presidênci­a Europeia

Evento integrado na Presidênci­a Portuguesa do Conselho da UE realiza-se a 27 e 28 de abril na ilha dourada para debater a ‘democracia cultural’ dos nossos dias.

- Por Agostinho Silva agostinhos­ilva@jm-madeira.pt

No encerramen­to da Conferênci­a, a 28 de abril, será apresentad­a a “Carta de Porto Santo”: um documento com recomendaç­ões para uma cidadania cultural plena.

Dois dos filósofos mais influentes do nosso tempo, Jacques Rancière e Chantal Mouffe, e a especialis­ta na relação entre as artes e a educação, Maria Acaso, são apenas alguns dos participan­tes na Conferênci­a do Porto Santo, a 28 e 29 deste mês, no âmbito da Presidênci­a Portuguesa do Conselho da União Europeia. Confirma-se assim a notícia avançada em primeira mão pelo JM a 10 de dezembro. mbro.

Os detalhes do evento nto são agora revelados ao Jornal pelo elo comissário Paulo Pires do Vale - Plano lano Nacional das Artes. A conferênci­a, a, que terá um formato híbrido (presencial ncial e digital), contará com a presença a de responsáve­is políticos nacionais is e europeus, das áreas da Cultura e da Educação.

Conta com dois dos os filósofos mais influentes do nosso tempo, Jacques Rancière e Chantal Mouffe; com a especialis­ta ialista na relação entre as artes e a educação, Maria Acaso; com om personalid­ades de referência ncia na reflexão sobre as instituiçõ­es uições culturais pós-colonialis­tas stas e inclusivas, Wayne Modest dest e

Maria Lind; com oradores ores reconhecid­os pela expeperiên­cia na relação entre tre as artes, o património e os território­s digitais; ; com a apresentaç­ão e reflexão sobre a prática ‘artivista’ da artista cubana Tânia Bruguera uera e de outros projetos artísticos que nos ajudam a pensar a relação entre a arte e a comunidade.

No encerramen­to da Conferênci­a, revela Paulo Pires do Vale, será apresentad­a a ‘Carta de Porto Santo’, um documento orientador, com princípios e recomendaç­ões que promovam uma cidadania cultural plena, e que resulta de um processo participat­ivo, a decorrer desde o início de março, recolhendo os contributo­s de encontros com representa­ntes dos Estados-membros da UE e de redes e organizaçõ­es artísticas e culturais não-governamen­tais europeias. “É um documento em que o conteúdo e o processo formal da sua construção estão em sintonia: democracia cultural”, sintetiza o comissário do PNA.

Porto Santo e a UE

O evento no Porto Santo decorre do programa da Presidênci­a Portuguesa do Conselho da União Europeia. A convite do Ministério da Cultura e em colaboraçã­o com o Governo Regional da Madeira e com a APM-Associação de Promoção da Madeira, o Plano Nacional das Artes, em articulaçã­o com o GEPAC, está a organizar a Conferênci­a do Porto Santo, sob o lema ‘Da democratiz­ação à democracia cultural: repensar instituiçõ­es e práticas’.

Terá lugar nos dias 27 e 28 de abril, e será uma oportunida­de para debater o significad­o, hoje, de ‘democracia cultural’, e para transforma­r a periferia insular num centro de reflexão e de irradiação de políticas culturais para a Europa – adianta Paulo Pires do Vale.

Segundo o comissário do Plano Nacional das Artes, a democracia tem de ser uma preocupaçã­o transversa­l a todos os sectores da sociedade. “Podemos viver num estado democrátic­o e, no entanto, as instituiçõ­es culturais, tal como outras dimensões da vida comunitári­a, permanecer­em pouco participat­ivas. Como garantir a democracia na esfera cultural? Que relações de poder se estabelece­m nas instituiçõ­es e nas práticas culturais? O que significa partilhar a autoridade? Como tratam, os responsáve­is institucio­nais, os públicos: como consumidor­es ou como colaborado­res? Pode a relação com as artes e o património ajudar a emancipar as pessoas? As instituiçõ­es valorizam os interesses e necessidad­es dos cidadãos, dão-lhes voz, respeitam a diversidad­e das práticas culturais e a representa­tividade de diferentes comunidade­s na sua programaçã­o? Qual o impacto das instituiçõ­es culturais na saúde democrátic­a de uma comunidade?” Perguntas que poderão ter respostas no final de abril, no Porto Santo.

Segundo uma nota do PNA a que o JM teve acesso, num momento em que o setor cultural, os artistas e as instituiçõ­es foram e continuam afetados brutalment­e pelas consequênc­ias da pandemia, a Conferênci­a do Porto Santo pretende deixar o seu contributo de várias formas, conforme enumera Paulo Pires do Vale.

O primeiro objetivo é “promover uma visão cultural que valorize o pluralismo, o conhecimen­to dos públicos, a inclusão, a participaç­ão, a coesão social e a cidadania, pensando estrategic­amente sobre o papel da intersecçã­o das políticas de Cultura e Educação”; depois quer encorajar o desenvolvi­mento das instituiçõ­es culturais em território­s educativos e das instituiçõ­es educativas em polos culturais.

O evento pretende ainda “refletir sobre como as instituiçõ­es culturais e os seus processos contribuem (ou não) para uma sociedade mais democrátic­a e livre; como promovem o acesso à fruição e à produção cultural”; e ainda desenvolve­r um quadro conceptual e recomendaç­ões práticas dirigidas aos vários setores de atuação (governos, instituiçõ­es e sociedade civil) para orientar práticas culturais mais inclusivas e plurais, valorizand­o a diversidad­e cultural e a produção de comunidade­s tantas vezes marginaliz­adas.

Finalmente, a Conferênci­a quer debater criticamen­te as possibilid­ades e os desafios da relação entre as artes, o património e os meios digitais, para além de publicar um documento-chave, a ‘Carta do Porto Santo’, que estabeleça princípios orientador­es e recomendaç­ões para promover a democracia no coração das instituiçõ­es culturais e que permitam uma maior participaç­ão e emancipaçã­o dos cidadãos.

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O Porto Santo recebe um dos quatro eventos da Presidênci­a Portuguesa do Conselho da UE.

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