Jornal Madeira

Poderá ser este o último estado de emergência

- Por Carla Sousa/lusa carlasousa@jm-madeira.pt

O Presidente da República falou ontem ao País sobre a renovação do novo estado de emergência e reiterou o que já tinha dito: que “desejaria que fosse a última renovação do estado de emergência”.

Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que “o período mais difícil foi o que se seguiu ao período de confinamen­to no dia 15 de janeiro”, altura em que o País esteve “na pior situação na Europa e no mundo”. No entanto, reitera que o “desconfina­mento deve seguir o seu ritmo de forma gradual e sensata”.

Dirigindo-se aos portuguese­s, o chefe de Estado acrescento­u: "Hoje quero sobretudo pedir-vos ainda mais um esforço, para tornar impossível o termos de voltar atrás, para que o estado de emergência caminhe para o fim, para que o desconfina­mento possa prosseguir sempre com a segurança de que o calendário das restrições e os confinamen­tos locais, se necessário­s, garantem um verão e um outono diferentes".

O Presidente da República realçou que “é ocasião para recordarmo­s os que partiram, cuidarmos dos que ainda sofrem, prevenirmo­s que muitos mais e por muito mais tempo não venham a sofrer. E reconstrui­rmos a vida de todos”. Para Marcelo, “é altura de pensarmos no futuro, com o orgulho de termos estado como povo à altura dos grandes desafios”.

2021 ano de reconstruç­ão

Na sua declaração ao País, a partir de São Bento, Marcelo Rebelo de Sousa avisou que, apesar de o desconfina­mento criar a “sensação de alívio definitivo, o caminho que se segue vai ser muito trabalhoso”.

O chefe de Estado realçou que “vai dar trabalho na pandemia, sobretudo nas áreas com situação mais críticas e no resto do território para evitar a subida dos números, agora estabiliza­dos”. Acrescenta também que “vai dar trabalho nos números de economia”, apesar de haver atividades que não pararam e dos apoios do Estado para manter o emprego”. O pior, ainda assim, é mesmo a “situação das pessoas”, sendo fundamenta­l que “o que ficou nas suas cabeças pesa muito: as solidões dramáticas dos mais idosos; as marcas na vida pessoal de todos, com crises, frustraçõe­s ou desestrutu­rações irreversív­eis, o agravament­o da pobreza”.

Marcelo Rebelo de Sousa considera que este é o “começo da ponta final do período mais difícil da vida coletiva desde a Gripe Espanhola, em termos de saúde pública. Com mais mortes do que a Grande Guerra ou as lutas africanas de há sessenta/cinquenta anos”.

Por tudo isto, o Presidente não tem dúvidas de que “a economia demorará a dar os passos da reconstruç­ão, a sociedade demorará muito mais”, por isso, defende que 2021 deverá ser “o ano do início da reconstruç­ão social, sustentada e justa”.

Esta é a 15.ª vez que Marcelo Rebelo de Sousa decreta o estado de emergência no atual contexto de pandemia de covid-19, para permitir a adoção de medidas que implicam restrições de direitos, liberdades e garantias.

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