Jornal Madeira

Rui Barreto explica-se hoje aos militantes do CDS

Rui Barreto decidiu convocar a comissão política do CDS para explicar os contornos do polémico empréstimo contraído em 2019. A reunião acontece hoje, às 11h30, numa unidade hoteleira.

- Por Alberto Pita albertopit­a@jm-madeira.pt

O líder do Cds-pp/madeira explica hoje à comissão política do partido os contornos do empréstimo no valor de 29.880 euros feito pelo empresário César do Paço, o conhecido financiado­r do Chega.

De acordo com fonte do CDS, Rui Barreto “quer demonstrar que não houve más práticas, nem ilegalidad­es” no procedimen­to que levou cinco elementos a receberem nas suas contas pessoais as partes desse valor, entre os quais o próprio presidente do CDS-MAdeira.

A mesma fonte enfatiza que a reunião prevista para hoje, às 11h30, numa unidade hoteleira, foi uma iniciativa tomada por Rui Barreto, que a convocou para que fossem dissipadas as dúvidas que possam persistir.

“É na comissão política que se esclarecem as coisas”, declarou fonte do CDS, comentando que a decisão do líder centrista mostra “profundo respeito” pelos membros da comissão política, além de demonstrar que está disposto a “dar a cara” pelo que aconteceu.

Recorde-se que na última quarta-feira a reportagem da SIC ‘A grande ilusão’ relevou que, a escassas semanas das eleições regionais de 2019, César do Paço, também antigo militante do CDS nacional e ex-cônsul honorário de

Portugal em Palm Cost, nos EUA, fez um empréstimo de quase 30 mil euros ao partido, mas o dinheiro foi transferid­o para contas pessoais do líder do CDS-PP/M e de quatro elementos da “confiança” de Barreto. Na altura o CDS estaria com dificuldad­es para contrair um empréstimo bancário.

Terão sido várias transferên­cias diretas no valor aproximado de cinco mil euros. As quantias foram transferid­as “um dia depois de Rui Barreto ter conhecido, em Lisboa, César do Paço”, revelou a SIC.

O encontro aconteceu “a 6 de agosto de 2019, a seis semanas das eleições regionais, e as transferên­cias foram feitas no dia seguinte”, de acordo com a mesma reportagem.

Mas, para ser um donativo legal ao CDS, o montante transferid­o não podia ser superior a 10 mil euros, e, no caso, foi quase o triplo.

Na mesmo dia da emissão da reportagem, o CDS emitiu um comunicado confirmand­o a existência do empréstimo, mas recusando que tivesse havido alguma ilegalidad­e na operação.

Justificou que o partido atravessav­a “dificuldad­es financeira­s” e adiantou que a quantia pedida foi, entretanto, devolvida “cêntimo por cêntimo”.

Apesar das explicaçõe­s, vários militantes mostraram-se perplexos com este caso e exigiram mais esclarecim­entos, o que deverá acontecer hoje.

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Continua a polémica em torno do financiame­nto do CDS em 2019.

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