Rui Barreto explica-se hoje aos militantes do CDS
Rui Barreto decidiu convocar a comissão política do CDS para explicar os contornos do polémico empréstimo contraído em 2019. A reunião acontece hoje, às 11h30, numa unidade hoteleira.
O líder do Cds-pp/madeira explica hoje à comissão política do partido os contornos do empréstimo no valor de 29.880 euros feito pelo empresário César do Paço, o conhecido financiador do Chega.
De acordo com fonte do CDS, Rui Barreto “quer demonstrar que não houve más práticas, nem ilegalidades” no procedimento que levou cinco elementos a receberem nas suas contas pessoais as partes desse valor, entre os quais o próprio presidente do CDS-MAdeira.
A mesma fonte enfatiza que a reunião prevista para hoje, às 11h30, numa unidade hoteleira, foi uma iniciativa tomada por Rui Barreto, que a convocou para que fossem dissipadas as dúvidas que possam persistir.
“É na comissão política que se esclarecem as coisas”, declarou fonte do CDS, comentando que a decisão do líder centrista mostra “profundo respeito” pelos membros da comissão política, além de demonstrar que está disposto a “dar a cara” pelo que aconteceu.
Recorde-se que na última quarta-feira a reportagem da SIC ‘A grande ilusão’ relevou que, a escassas semanas das eleições regionais de 2019, César do Paço, também antigo militante do CDS nacional e ex-cônsul honorário de
Portugal em Palm Cost, nos EUA, fez um empréstimo de quase 30 mil euros ao partido, mas o dinheiro foi transferido para contas pessoais do líder do CDS-PP/M e de quatro elementos da “confiança” de Barreto. Na altura o CDS estaria com dificuldades para contrair um empréstimo bancário.
Terão sido várias transferências diretas no valor aproximado de cinco mil euros. As quantias foram transferidas “um dia depois de Rui Barreto ter conhecido, em Lisboa, César do Paço”, revelou a SIC.
O encontro aconteceu “a 6 de agosto de 2019, a seis semanas das eleições regionais, e as transferências foram feitas no dia seguinte”, de acordo com a mesma reportagem.
Mas, para ser um donativo legal ao CDS, o montante transferido não podia ser superior a 10 mil euros, e, no caso, foi quase o triplo.
Na mesmo dia da emissão da reportagem, o CDS emitiu um comunicado confirmando a existência do empréstimo, mas recusando que tivesse havido alguma ilegalidade na operação.
Justificou que o partido atravessava “dificuldades financeiras” e adiantou que a quantia pedida foi, entretanto, devolvida “cêntimo por cêntimo”.
Apesar das explicações, vários militantes mostraram-se perplexos com este caso e exigiram mais esclarecimentos, o que deverá acontecer hoje.