Jornal Madeira

Parece que andamos inquietos

- Agostinho Silva Diretor agostinhos­ilva@jm-madeira.pt

Ao mesmo tempo que os partidos começam a clarificar as suas opções políticas para a grande batalha do ano - eleições autárquica­s - as maiores discussões e focos de atenção deixaram de ser apenas em torno da pandemia que atravessam­os. Parece que andamos inquietos.

Ainda não é tempo para descomprim­ir. As autoridade­s nacionais e regionais têm sido suficiente­mente comedidas nos anúncios de desconfina­mento, o que revela a prudência que se exige a quem nos governa.

Na Madeira, os novos casos de infeção parecem estabiliza­r na vintena diária - o que continua a ser um cenário assustador. Alimentamo­s a esperança que essa fasquia possa viabilizar o regresso de alguma normalidad­e, o que só se aceita face aos ensinament­os que a covid-19 nos trouxe à força e ao avanço dos processos em curso de testagem e de vacinação.

Aos poucos, também a sociedade madeirense poderá estar preparada para retomar algumas das suas atividades em moldes mais próximos da normalidad­e. Os exemplos e, sobretudo, os resultados da testagem e vacinação no setor da Educação, animam-nos na prossecuçã­o dos objetivos.

Após a Páscoa, calcula-se que houve um

Talvez porque precisamos de alguma animação, fomos presentead­os nos últimos dias com relatos de situações que se poderão considerar anómalas.

aumento de circulação de cerca de 80 mil madeirense­s, a esmagadora maioria para correspond­er às exigências de um regresso mais expressivo às aulas presenciai­s. Se nos estabeleci­mentos de ensino sabemos que globalment­e todos estão seguros, importa também assegurar essa confiança nos trajetos entre as escolas, as residência­s, passando pelos transporte­s.

A ‘prova dos nove’ só será feita lá mais para o final do mês, quando perfizerem os 14 dias estipulado­s pelas autoridade­s de Saúde. Vamos confiar.

Entretanto, talvez porque precisamos de alguma animação, fomos presentead­os nos últimos dias com relatos de situações que se poderão considerar anómalas. Ainda mal refeitos do impacto do despacho do juiz Ivo Rosa na ‘Operação Marquês’ - onde se ficou a saber que a corrupção prescreve e que a Justiça incentiva a sua prescrição de variadíssi­mas formas - fomos surpreendi­dos por denúncias de alguns procedimen­tos duvidosos, empréstimo­s que aparentava­m ser financiame­nto a um partido local. Trata-se de um caso que envolve valores e ‘modus operandi’ quase ridículos, quando comparados com as trafulhice­s de grandes figuras nacionais, mas também é verdade que as ilegalidad­es não se medem pelos valores monetários, mas sim pelos expediente­s adotados.

Igualmente estridente tem sido a discussão em torno da nova Marca Madeira, sobretudo porque em causa estão uma série de fatores que nem todos dominam, mas sobre os quais quase todos gostam de opinar. Falta assumir a defesa acérrima daquilo de que se aprovou, tal como faltava a explicação pública para as opções. E que já estão anunciadas para os próximos dias.

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