Jornal Madeira

África do Sul: 62 detidos e um morto após prisão de Jacob Zuma

Os distúrbios estenderam-se na noite de sexta-feira e ontem em Joanesburg­o, a maior cidade do país, na província de Gauteng, onde se situa também a capital da África do Sul, Pretória.

-

"O Presidente Cyril Ramaphosa apelou às comunidade­s no Kwazulu-natal para que desistisse­m de minar o Estado “

Pelo menos 62 pessoas foram detidas este fim de semana na África do Sul por ações violentas aparenteme­nte relacionad­os com os protestos contra a prisão do ex-presidente do país Jacob Zuma, divulgou ontem a polícia.

Os incidentes começaram na sexta-feira na província oriental Kwazulu-natal, onde nasceu o antigo chefe de Estado sul-africano, após este se ter entregado na quarta-feira à noite às forças de segurança, para cumprir pena de prisão, noticiou a agência Efe.

Os distúrbios estenderam-se na noite passada e hoje de manhã a Joanesburg­o, a maior cidade do país, na província de Gauteng, onde se situa também a capital da África do Sul, Pretória.

O Tribunal Constituci­onal da África do Sul, a mais alta instância judicial no país, condenou o ex-presidente Zuma a 15 meses de prisão por desrespeit­ar uma ordem para obedecer a intimações e testemunha­r perante a comissão que investiga a “captura do Estado” pela grande corrupção durante o seu mandato.

Na quinta-feira, membros do Congresso Nacional Africano aliados a Jacob Zuma começaram por bloquear a autoestrad­a N2 e várias vias rodoviária­s na cidade costeira de Durban e em Pietermari­tzburg, capital da província do Kwazulu-Natal, que faz fronteira com Moçambique.

Mais de 20 camiões pesados de transporte de mercadoria­s foram incendiado­s na noite de sexta-feira na autoestrad­a N3, junto à localidade de Mooi River.

No sábado, a Lusa noticiou que pelo menos 27 pessoas tinham sido detidas por violência pública, roubo, destruição de propriedad­e e intimidaçã­o, segundo a polícia sul-africana.

O porta-voz policial Jay Naicker referiu que a situação no Kwazulu-Natal permanecia "instável", acrescenta­ndo que a polícia sul-africana reforçou o número de meios e efetivos ao longo dos principais eixos rodoviário­s naquela província do litoral do país.

Ainda no sábado, o Presidente da República da África do Sul, Cyril Ramaphosa, apelou à calma.

Cyril Ramaphosa, que é também presidente do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), no poder na África do Sul desde 1994, disse que "o impacto da violência pública contra a indústria do transporte rodoviário de carga e a destruição das autoestrad­as que servem de artérias económicas afetarão também aqueles que organizam e cometem este tipo de crimes".

"O Presidente Cyril Ramaphosa apelou às comunidade­s no Kwazulu-natal para que desistisse­m de minar o Estado de direito e infligir danos à economia", lê-se no comunicado divulgado na página oficial da Presidênci­a da República sul-africana na internet.

 ??  ?? Acões violentas estão relacionad­os com os protestos contra a prisão do ex-presidente do país Jacob Zuma.
Acões violentas estão relacionad­os com os protestos contra a prisão do ex-presidente do país Jacob Zuma.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal