Maioria das pessoas que perderam o trabalho foram despedidas
O despedimento foi a principal causa para deixar de trabalhar, tanto no segundo trimestre de 2020, como no primeiro trimestre de 2021, altura em que foram decretados os dois confinamentos gerais devido à pandemia, indica um relatório divulgado ontem.
Segundo o relatório ‘A pandemia e o mercado de trabalho: O que sabemos um ano depois’, elaborado por Susana Peralta, Bruno P. Carvalho e Mariana Esteves, do Nova SBE Economics for Policy Knowledge Centre, “o despedimento foi a razão mais comum para deixar de trabalhar” naqueles dois trimestres.
“De cerca de 20% no período pré- pandemia, esta percentagem subiu para 25% no segundo trimestre de 2020 e no primeiro trimestre de 2021”, pode ler- se no documento elaborado no âmbito da Iniciativa para a Equidade Social, da Nova SBE, Fundação la Caixa e BPI.
Os autores destacam que, ao contrário do que aconteceu no primeiro trimestre de 2020, em que “a causa mais popular para deixar de trabalhar foi a reforma por velhice (20,4%), no início de 2021, a maioria saiu porque foi despedida ( 25%)”.
Após junho de 2020, houve uma diminuição desta percentagem, que acompanhou o desconfinamento, nos terceiro e quarto trimestres de 2020, “mas os despedimentos voltaram a aumentar em janeiro de 2021, atingindo novamente cerca de 25%, o que coincide com o regresso das medidas mais severas de confinamento”.
O relatório combina dados do Instituto Nacional de Estatística ( INE), do Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministério do Trabalho e Segurança Social, do Instituto para o Emprego e Formação Profissional ( IEFP) e da Google.
Durante a pandemia, indica o documento, as taxas de desemprego e de subutilização de trabalho aumentaram, sobretudo a partir de junho de 2020 e, em abril de 2021, estavam já próximas de valores pré- pandemia, sendo de 7% e 13%, respetivamente.