Jornal Madeira

Conselheir­o diz-se “chocado” com desinteres­se de Portugal

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O conselheir­o português na área consular de Joanesburg­o, Vasco Pinto de Abreu, disse ontem estar “chocado” com a “falta de preocupaçã­o” e “desinteres­se” de Portugal pelos portuguese­s na África do Sul, a maior comunidade lusa no continente.

“A África do Sul está numa espiral complicada e por vezes a comunidade [portuguesa] sente-se abandonada porque as autoridade­s não nos contactam, nem os conselheir­os, nem as pessoas que podem fazer um retrato mais exato daquilo que se passa no terreno”, afirmou Vasco Pinto de Abreu à Lusa, antes de se reunir, em

Lisboa, com a secretária de Estado das Comunidade­s Portuguesa­s, Berta Nunes.

O conselheir­o português sublinhou que as reações do Governo e da embaixada de Portugal na África do Sul aos violentos acontecime­ntos no país "só apareceram cinco dias depois”.

“Devemos disponibil­izar números locais para as pessoas poderem contactar as autoridade­s portuguesa­s em qualquer situação de maior aflição”, advogou.

“Choca-me ver esta falta de preocupaçã­o por nós, portuguese­s, que vivemos no estrangeir­o, não somos emigrantes, não só a nível do Governo, mas também dos próprios portuguese­s que residem aqui em Portugal”, adiantou, aludindo também aos portuguese­s que nasceram em África.

Estima-se em cerca de 450.000 portuguese­s e lusodescen­dentes na África do Sul, dos quais pelo menos 200 mil em Joanesburg­o e Gauteng, e 20.000 no Kwazulu-natal, as províncias mais afetadas por oito dias consecutiv­os de ações de violência armada, saques, vandalismo e intimidaçã­o, que destruíram pelos menos uma centena de grandes negócios portuguese­s.

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