TAP sob investigação e na mira da Lufthansa
“Penso que a questão esteve fechada nas vésperas da pandemia da covid-19. Se não tivesse existido a pandemia, muito provavelmente teria havido uma evolução positiva”, declarou o Presidente da República.
A Comissão Europeia reaprovou ontem o auxílio de emergência de 1.200 milhões de euros à TAP, mas decidiu também lançar uma investigação para avaliar se o auxílio de 3.200 milhões à reestruturação da companhia aérea respeita a legislação comunitária.
Um procedimento desdramatizado pelo Presidente da República, que considera que não se trata de uma novidade. De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, “trata-se de um controlo que é feito permanentemente pela Comissão Europeia relativamente aos auxílios de Estado aprovados ou em conjunto com um plano de reestruturação. É uma monitorização natural”, acrescentou.
Quanto à possível entrada de capital da companhia alemã Lufthansa na TAP, o Presidente da República declarou que esta operação estava em curso e apenas foi congelada pela covid-19, considerando que se trata da “matéria mais velha de que se fala”.
“Não sei há quanto tempo. Penso que a questão esteve fechada nas vésperas da pandemia da covid-19. Se não tivesse existido a pandemia, muito provavelmente teria havido uma evolução positiva”, declarou o Presidente da República.
Com a pandemia da covid-19, de acordo com o chefe de Estado, “a situação da empresa potencialmente adquirente de uma posição no capital da TAP levou a uma reformulação de planos”.
“Como sabem, nesta questão a Comissão Europeia tem um papel a desempenhar e a pandemia congelou essa realidade. Mas a realidade existia já muito avançada antes da pandemia”, acentuou Marcelo Rebelo de Sousa.
Já a coordenadora do Bloco de Esquerda vê “com estranheza” que seja agora “Bruxelas que atrasa” o programa de recuperação da TAP, na sequência de uma investigação aberta pela Comissão Europeia (CE) para avaliar se o auxílio de 3.200 milhões.
Catarina Martins referiu que mais do que pensar “sobre os prazos e sobre as negociações com Bruxelas”, é importante saber “o que é que será da TAP”. “O que não admitimos como certo e que achamos que seria profundamente errado era que Portugal investisse milhões de euros na TAP para transformar a TAP numa pequena filial da Lufthansa. Isso seria errado e é a nossa preocupação neste momento”, completou.