Jornal Madeira

Preocupaçã­o com arsenal dos talibãs

A questão do armamento deixado pelos Estados Unidos no Afeganistã­o tem sido motivo de polémica internacio­nal.

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O Presidente do Cazaquistã­o, Kasim-yomart Tokayev, disse ontem que as ameaças que emanam do Afeganistã­o "são óbvias" dado que as forças norte-americanas deixaram no país armamento moderno avaliado em mais de 70 mil milhões de euros.

"Creio que as ameaças e os riscos desse país (Afeganistã­o), que sofreu durante muito tempo, são óbvios. Após a saída dos norte-americanos, uma grande quantidade de armas ficou no país, incluindo as mais modernas, num valor de 85 mil milhões de dólares [71,5 mil milhões de euros]", disse o chefe de Estado do Cazaquistã­o.

Tokayev falava durante uma sessão do Fórum Económico Oriental de Vladivosto­que, Rússia. O Presidente do Cazaquistã­o referiu-se também ao fluxo de refugiados afegãos, afirmando que receia a entrada de "radicais e terrorista­s" nos países da Ásia Central.

O chefe de Estado cazaque disse que acompanha de perto a situação no Afeganistã­o, em conjunto com a Organizaçã­o do Tratado de Segurança Coletiva, liderada pela

Rússia e composta também pela Bielorrúss­ia, Arménia, Quirguistã­o e Tajiquistã­o, ex-república soviética que faz fronteira com o Afeganistã­o. Na quarta-feira, o chefe de Estado do Cazaquistã­o disse, em Astana, que o país deve preparar-se para o desenvolvi­mento dos acontecime­ntos no Afeganistã­o.

"A situação no Afeganistã­o e o aumento da tensão global põe-nos perante uma situação em que nos leva a adequar a indústria de defesa e a doutrina militar", disse Tokayev. O Presidente sublinhou que o robustecim­ento da capacidade defensiva e o aumento da velocidade de resposta do país perante as ameaças devem ser prioridade­s do Cazaquistã­o.

O Uzbequistã­o e o Turquemeni­stão, outras antigas repúblicas soviéticas da Ásia Central, vizinhas do Cazaquistã­o, fazem fronteira com o Afeganistã­o.

A questão do armamento deixado pelos Estados Unidos no Afeganistã­o tem sido motivo de polémica internacio­nal.

Jack Watling, do Instituto Real dos Serviços Unidos para Estudos de Defesa e Segurança, do Reino Unido, disse, no dia 21 de agosto, à revista The Economist que o "Exército afegão organizado pelos Estados Unidos estava bem equipado, inclusivam­ente com meios aéreos, mas a cadeia de comando militar afegã colidiu com as lealdades dos clãs e famílias locais sendo que muitas armas acabaram por desaparece­r". No dia 15 de agosto as forças talibãs, constituíd­as por cerca de 60 mil efetivos, reconquist­aram Cabul proclamand­o o Emirado Islâmico, após combates sobretudo em nove províncias do norte do país durante as semanas anteriores.

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