Espanhóis ultimam estudo cultural e artístico
Ainda não há resultados concretos porque os trabalhos foram intensos. Mas ontem, Alicia Pardiilla esteve na Quinta Magnólia para fazer um resumo daquele que foi o trabalho de cariz cultural e artístico desenvolvido nas ilhas Selvagens desde o dia 12 de agosto e durante duas semanas.
Inserido na tese de doutoramento de um dos três investigadores de Canárias envolvidos no projeto, o estudo teve por objetivo o de avaliar, naquele território, a integração do homem num espaço onde a natureza é o valor essencial a preservar. Sem centros comerciais, sem cafés, sem nada relacionado com as zonas povoadas, aquelas ilhas foram escolhidas por serem as menos alteradas às mãos do ser humano em toda a Macaronésia. Pouco se mexeu naquelas ilhas. Quase tudo está ao natural.
A artista Alicia Pardillla, que se fez acompanhar de Alfonso León, fotógrafo, e Acerina Cruz, poetisa, explicou, perante uma plateia cheia, aqueles que foram os dias passados na Selvagem Grande mas, aos jornalistas, adiantou não ter ainda resultados do estudo intitulado ‘O horizonte expandido: as ilhas Selvagens’. Mas o estudo, que conta com o apoio do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza, coloca um enfoque em valências ecléticas, por vezes pouco valorizadas, das áreas protegidas. O trabalho insere-se nas comemorações dos 50 anos da Reserva Natural das Ilhas Selvagens, cujo aniversário é no final de outubro. Paulo Oliveira, do IFCN e que apresentou ontem a espanhola e a sua equipa aos presentes no auditório da Quinta Magnólia, agradeceu a escolha das Selvagens para o estudo cultural e sublinhou que a apresentação que ontem aconteceu foi a primeira de um ciclo de conferências que serão levadas a cabo.
A Reserva Natural das Ilhas Selvagens foi criada em 1971 sendo a mais antiga de Portugal. Detém, por isso, um património natural e geológico de elevado interesse mundial, razão pela qual está inscrita na lista indicativa para o Património Mundial da Unesco em Portugal.