“Questão dos reembolsos é inaceitável”
“Lamento profundamente que a TAP no próximo inverno não cumpra com a promessa de ter voos entre Portugal e África do Sul”, critica Paulo Neves, deputado do PSD- M na Assembleia da República, na reação ao novo plano de voos publicado pela transportadora aérea de bandeira nacional no passado dia 1.
Paulo Neves relembra que esta “foi uma promessa do conselho de administração da TAP e que não vai ser novamente cumprida”.
“A companhia tinha prometido voos para a Cidade do Cabo a partir de Lisboa com possibilidade de ter alguma paragem na Madeira, a verdade é que não vai haver voo nenhum para a comunidade na África do Sul, ou seja, o Governo e a TAP não vão cumprir com a promessa dada à nossa comunidade, o que é grave”, considera.
Por fim, o deputado social democrata foca-se na questão da Venezuela.
“Finalmente, vai haver voos para a Venezuela ao fim de tanto tempo. TAP vai ter voos para a Venezuela, mas em vez de três voos [semanais] será apenas um. É muito pouco, é tarde e é pouco”, denuncia.
Paulo Neves lamenta também o facto de estas ligações entre Caracas e Lisboa não terem paragem na Madeira.
“A TAP continua a ser uma empresa que não é amiga das nossas comunidades”, aponta.
O deputado madeirense garante que estas questões serão levantadas na Assembleia da República, pelo próprio, “seja através de perguntas regimentais ou colocadas pessoalmente aos ministros logo que o parlamento volte às audições parlamentares”.
“São respostas que têm de ser dadas não só pelo ministro que tem a tutela da TAP, como pelo ministro dos Negócios Estrangeiros”, remata Paulo Neves.
Paulo Neves não deixou passar em claro a situação dos emigrantes que esperam e desesperam pelo reembolso de voos adquiridos que acabaram por nunca acontecer, conforme noticiou o JM recentemente. “Muitos emigrantes nossos, seja na África do Sul, seja na Venezuela e mesmo em alguns outros destinos, pagaram viagens para virem a Portugal que, entretanto, não foram efetuadas devido à covid”, descreve.
O deputado social democrata diz que a TAP se recusa a retribuir o dinheiro que os emigrantes gastaram em viagens que não utilizaram.
“A questão dos reembolsos é inaceitável, até porque algumas companhias estrangeiras, como é o caso da Lufthansa, reembolsaram os passageiros que não efetuaram as viagens devido à covid, ou mesmo como a questão da TAP devido a viagens que abriram reservas”, considera.
Paulo Neves vai mais longe.
“As pessoas compraram e não foram reembolsadas”, denuncia.
A companhia tinha prometido voos para a Cidade do Cabo a partir de Lisboa.