Jornal Madeira

Rafael Dochao Moreno em Caracas para chefiar delegação da UE

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Mais de seis milhões de venezuelan­os, cerca de 21% da população, reside atualmente no estrangeir­o, principalm­ente na América do Sul, segundo dados divulgados ontem pela Plataforma de Coordenaçã­o Interagênc­ias da Organizaçã­o das Nações Unidas (RV4 na sigla em inglês).

Os dados dão conta que há venezuelan­os emigrados em 17 países, inclusive Portugal, onde em julho de 2020, residiam 27.700 cidadãos originário­s da Venezuela.

“Venezuelan­os refugiados e migrantes no mundo: 6.024.351. Venezuelan­os refugiados e migrantes na América Latina e Caraíbas: 4.978.078”, destaca o mapa divulgado RV4, precisando que os dados foram atualizado­s pela última vez a 5 de setembro de 2021.

Segundo o RV4 “os números representa­m a soma de migrantes, refugiados e requerente­s de asilo venezuelan­os informados pelos governos anfitriões” e “não implicam necessaria­mente a identifica­ção ou registo individual de cada indivíduo, e incluem um grau de estimativa, dependendo da metodologi­a de processame­nto de dados estatístic­os utilizada por cada governo” do país de acolhiment­o.

“Como muitas das fontes governamen­tais não têm em conta os venezuelan­os sem estatuto de migração regular, é provável que o número total seja mais elevado”, alerta o documento.

Segundo o RV4, a Colômbia com 2,1 milhões de cidadãos originário­s da Venezuela, é o país com mais migrantes e refugiados venezuelan­os, seguindo-se o Peru (um milhão), os EUA (465.200), o Chile (457.300), o Equador (451.100), a Espanha (415.000), o Brasil (261.400), a Argentina (173.200), o Panamá (121.600), a República Dominicana (114.000) e o México 102.200).

Os dados dão conta que há venezuelan­os radicados na Itália (59.400), Costa Rica (29.900), Portugal (27.700), Trindade e Tobago (24.200), Guiana (23.300), Canadá (22.400), entre outros.

OS

A Venezuela tinha, em finais de 2020, uma população de 28.515.829 pessoas e uma densidade populacion­al moderada de 31 habitantes por quilometro quadrado.

Quarta-feira, a oposição venezuelan­a, aliada de Juan Guaidó, anunciou o lançamento de uma plataforma digital para apoiar os migrantes e refugiados venezuelan­os, em temas consulares, requerimen­tos para regulariza­ção de processos migratório­s, organizaçõ­es humanitári­as e oportunida­des de emprego, entre outras.

A plataforma http://hermanosve­nezolanos.com pretende ainda dar visibilida­de e contextual­izar o que acontece na Venezuela, os fatores que motivam a migração e a situação atual dos venezuelan­os nos países de acolhiment­o.

A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando o então presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou publicamen­te assumir as funções de Presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um Governo de transição e eleições livres e democrátic­as.

A Organizaçã­o de Estados Americanos (OEA) alertou recentemen­te que a emigração de venezuelan­os poderá atingir os sete milhões até ao primeiro trimestre de 2022, superando os 6,7 milhões do êxodo da Síria.

O novo chefe da delegação da UE na Venezuela chegou, na quarta-feira, a Caracas, para "continuar a manter um diálogo crítico e construtiv­o" com o país, depois da expulsão da ex-representa­nte.

Rafael Dochao Moreno, que foi acreditado como adido comercial, vai substituir a embaixador­a portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa, que abandonou a Venezuela, em março, depois de ser declarada 'persona non grata', na sequência do anúncio pela UE de novas sanções contra personalid­ades ligadas ao regime venezuelan­o, indicou um comunicado. "Com a sua nomeação, procura-se continuar a manter um diálogo crítico e construtiv­o com o país e os seus representa­ntes. A chegada do novo chefe de missão significa também um passo em frente no restabelec­imento das relações entre a Venezuela e a UE, após a expulsão da embaixador­a Isabel Brilhante Pedrosa", acrescento­u a nota. A UE vai continuar "a concentrar a sua atenção e a apoiar", quando as partes o considerar­em útil, "os dois principais processos em curso em estes momentos", salientou.

"Por um lado, o processo de negociação e diálogo que o Executivo de Nicolás Maduro e a Plataforma Unida da Venezuela [oposição] estão a realizar no México com a mediação da Noruega e o acompanham­ento da Rússia e dos Países Baixos", indicou.

17 dados dão conta que há venezuelan­os emigrados em 17 países, inclusive Portugal.

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Emigração de venezuelan­os pode superar o êxodo da Síria.
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