Jornal Madeira

Libertação “controlada” de água

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A Agência Internacio­nal de Energia Atómica (AIEA) vai controlar a segurança da libertação no mar de água processada da central nuclear japonesa de Fukushima Daiichi, prevista para 2023, anunciou ontem aquela agência da ONU.

A AIEA reunirá conselhos de peritos, incluindo da China e da Coreia do Sul, dois países vizinhos do Japão que criticaram a decisão de Tóquio, disse a diretora-geral adjunta da agência, Lydie Evrard, numa conferênci­a de imprensa online.

Esta revisão "abrangente e objetiva" incluirá "várias missões e visitas técnicas nos próximos meses e anos", acrescento­u Evrard.

Mais de um milhão de toneladas de água da chuva, de leitos subterrâne­os ou injetada para arrefecer os núcleos dos reatores que derreteram após o tsunami de 2011 estão armazenada­s em mil tanques no local da central, cuja capacidade está prestes a esgotar-se.

Esta água já foi tratada para retirar a maior parte das suas substância­s radioativa­s (radionuclí­deos), mas não o trítio, que não pode ser removido com a tecnologia atual.

De acordo com o Governo japonês, a água que será lançada no mar é tão segura que até cumpriria as normas da Organizaçã­o Mundial de Saúde (OMS) relativas à água potável.

A decisão do Governo japonês gerou uma forte oposição da comunidade pesqueira de Fukushima (Nordeste do Japão), que teme novos danos à sua atividade, bem como protestos de países vizinhos como a Coreia do Sul e a China.

O plano do Governo do Japão foi anunciado em abril deste ano, e mereceu a aprovação da AIEA, com sede em Viena.

A AIEA "emitirá um relatório com os resultados da sua avaliação" antes do derrame e baseará a sua análise "nos mais elevados padrões de segurança", disse Evrard numa reunião virtual com os jornalista­s durante a visita preliminar, que termina hoje, sexta-feira. Evrard evitou comentar as queixas de Pequim e Seul e das comunidade­s locais em Fukushima, mas observou que a equipa de peritos internacio­nais que participam nos estudos incluirá especialis­tas chineses e sul-coreanos.

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A libertação de água para o mar acontecerá em 2023.

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