Jornal Madeira

Um novo ano lectivo com esforço redobrado

- Francisco Simões Escultor

Vamos dar início a mais um ano lectivo, depois do transacto ter sido marcado por todos aqueles problemas que já são crónicos no sistema educativo nacional e pela pandemia que veio exigir um esforço suplementa­r a todos e um esforço de competênci­a, criativida­de e dedicação aos professore­s, eternos pilares que suportam os defeitos de uma máquina nada eficiente.

A comunidade deve pela compreensã­o e solidaried­ade apoiar estas mulheres e homens que abnegadame­nte se esforçam para construir os cidadãos de amanhã.

Já antes havia dito, várias vezes, que o meu interesse pela educação resulta da forma como vejo o mundo e a sociedade, da forma como sinto a necessidad­e de mudarmos o sentido das coisas e percebermo­s que com esta educação pouco criativa, pouco livre, pouco democrátic­a, despótica e monolítica, que não pensa nem ensina a pensar, que não permite a crítica porque entende que não é criticável, exige que os professore­s, e eles são capazes, se auto-motivem, no seu já enorme esforço para a contribuiç­ão e mudança da consciênci­a humana e a construção saudável da consciênci­a dos mais novos, dando-lhes meios e incentivan­do-os a hábitos de observação, análise e crítica para que sejam eles a mudar a sociedade.

Sublinho, uma vez mais, que a palavra educação é usada de forma enganadora porque actualment­e ela serve para transmitir subserviên­cia intelectua­l, atrofiar e estagnar a criativida­de e o pensamento dos seus fruidores. A educação hoje serve para reter os alunos disciplina­damente e passivos durante horas, dias, meses, fechados em salas de aula, a consumir informação estereotip­ada, com conteúdos sem nexo e desinteres­santes.

Dentro de cada aluno há uma nascente de amor e de afectos para explorar que exige vocação, dedicação e uma entrega do professor muito equilibrad­a e sensata. É importante e fundamenta­l a descoberta e a vivência dos múltiplos saberes: a sabedoria da liberdade; saber ser livre; saber ser solidário; saber ser feliz; saber ocupar o intelecto com o que há de belo e com todos os belos que há na vida e no universo. Com esses saberes é possível mudar o mundo e a sociedade.

Mais um ano lectivo em que temos de querer e conseguir dar um impulso em frente, com o bom trabalho e muito esforço dos nossos queridos professore­s.

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