Jornal Madeira

Obras no bloco operatório vão afetar atividade

Para além do investimen­to em novas infraestru­turas e equipament­os, o SESARAM destaca a sua aposta na contrataçã­o, valorizaçã­o e formação de recursos humanos.

- Por Edna Baptista edna.baptista@jm-madeira.pt

O Bloco Operatório Central do Hospital Dr. Nélio Mendonça vai ser alvo de obras que obrigarão a uma diminuição da sua atividade. A informação foi confirmada ao JM por Júlio Nóbrega, diretor clínico do SESARAM, que apontou que esta empreitada deverá arrancar já no próximo mês de dezembro, com um tempo previsto de execução de três meses.

Estas intervençõ­es limitarão o uso da totalidade das sete salas deste bloco, pelo que, em alternativ­a, esta unidade hospitalar terá em operação permanente quatro espaços de Cirurgia Ambulatóri­o e de Pequena Cirurgia, devidament­e adaptados para estas operações.

Recorde-se que as obras vão realizar-se num momento em que o Serviço Regional de Saúde procura retomar as consultas, exames e cirurgias adiados na sequência da atual situação pandémica, tendo para tal sido desenhado um Plano de Recuperaçã­o da Atividade Clínica.

Ainda assim, e apesar de já estar no terreno a empreitada para a construção novo hospital, que deverá abrir portas em 2027, Júlio Nóbrega não tem dúvidas da importânci­a e necessidad­e de se proceder a obras de melhoria nas atuais instalaçõe­s e serviços do Hospital Central do Funchal.

“Estamos em 2021 e temos doentes amanhã e depois de amanhã e esta é uma área muito delicada. Creio que seis anos é um intervalo grande e que se justifica apostar fortemente nas áreas mais deficitári­as ao nível do SESARAM”, defendeu o profission­al, em entrevista exclusiva ao JM.

De apontar que a esta empreitada, junta-se ainda uma intervençã­o no Serviço de Urgência, que o SESARAM espera realizar com o menor incómodo possível para os utentes, conforme esclareceu ao JM Rafaela Fernandes, presidente do Conselho de Administra­ção.

É com base neste entendimen­to que o Plano de Recuperaçã­o e Resiliênci­a para a Região tem previstas verbas para o campo da saúde, parte das quais serão alocada à melhoria de seis serviços hospitalar­es, entre os quais o das Urgências.

Madeira contratou 59 médicos

Mas se a pandemia trouxe à tona a necessidad­e de investir em mais e melhores infraestru­turas e equipament­os nas unidades de saúde da Região, no caso dos recursos humanos não foi diferente, sendo que, desde 2019, o SESARAM já contratou 59 novos médicos [ver tabela 1].

“A nossa grande preocupaçã­o é que com mais estrutura física e humana, consigamos correspond­er às necessidad­es, no sentido de recuperar a atividade clínica até com parcerias com entidades privadas”, notou.

No que toca à valorizaçã­o dos recursos humanos, Júlio Nóbrega destacou ainda o facto de o SESARAM ter aberto concurso para obter o grau de assistente graduado sénior para meia centena de profission­ais, algo que já não acontecia há vários anos.

“Estou em condições para concorrer há muitos anos e não abriu. Este ano, em Portugal abriram 250 vagas. Na Madeira abriram 53 vagas nas várias especialid­ades, o que é muito significat­ivo. É um processo financeiro em que é preciso haver cabimentaç­ão financeira”, explicou o responsáve­l, realçando, no entanto, que houve “uma grande abertura” do Conselho de Administra­ção nesta matéria.

Aposta na formação

A tudo isto, acrescenta-se ainda o facto de a formação de novos profission­ais de saúde continuar a ser também uma prioridade do SESARAM, conforme garantiu o diretor clínico.

“Neste momento, temos um total de 208 médicos em formação no hospital e o SESARAM tem um acordo com a Universida­de da Madeira para formar pré-graduados. Até este ano, eram apenas os dois primeiros anos [do curso de medicina] que eram lecionados na Madeira. A partir de agora são três anos. Aumentando a formação para três anos cá, no terceiro ano os alunos têm muitas cadeiras clínicas, com aulas que são dadas junto aos doentes”, esclareceu, denotando que esta alteração exige uma parceria mais estrita entre as instituiçõ­es.

Além do mais muitos profission­ais do hospital são professore­s neste polo académico, bem como no exterior.

“Depois temos a formação pós-graduada. Recebemos internos cá e isso está condiciona­do pelas idoneidade­s formativas dos serviços. Gostamos muito de facilitar isso nos

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As Urgências são um dos serviços que beneficiar­á de intervençõ­es.

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