Nações Unidas procuram consensos para ajudar afegãos
A situação no Afeganistão, sob o controlo dos talibãs desde o mês passado, será um dos principais temas analisados esta segunda-feira em Genebra.
A ONU vai procurar esta segunda-feira em Genebra o maior consenso global possível para responder à crise afegã, na 48.ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos, e apelar à ajuda das principais economias, numa conferência humanitária paralela.
A situação no Afeganistão, sob o controlo dos talibãs desde o mês passado, será um dos principais temas que a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, abordará na abertura do Conselho, a par de outros temas prementes como a Venezuela, Nicarágua e o estado etíope do Tigray, no norte do país.
É esperado que Bachelet envie uma mensagem de advertência ao regime talibã, ainda não reconhecido internacionalmente, numa altura em que se verifica uma repressão crescente, por parte do novo governo afegão, aos protestos contra o novo poder no país, e aumentam os receios de que as violações dos direitos humanos se tornem a norma da sua atuação.
Subsistem dúvidas fundadas, no entanto, de que o Conselho de Direitos Humanos, constituído por 47 estados, venha a alcançar resultados concretos sobre o Afeganistão, depois de uma reunião do organismo em 24 de agosto para discutir a crise afegã não ter produzido mais do que uma resolução.
Ignorando os apelos de ativistas afegãos e de outros países, que pediam ao Conselho que constituísse uma comissão internacional para monitorizar o regime talibã, o organismo da ONU acabou por adotar uma resolução preparada pelo Paquistão, visto como o principal aliado externo dos talibã.
"Foi decepcionante", considerou o diretor executivo da Human Rights Watch (HRW), Kenneth Roth, que defendeu que a criação de uma comissão internacional de inquérito pelo Conselho dos Direitos Humanos "poderia ajudar a prevenir atrocidades futuras”.