Jornal Madeira

Madeira e São Tomé estudam cooperação

- Por Marco Milho mmilho@jm-madeira.pt

O ministro da Agricultur­a, Pescas e Desenvolvi­mento Rural de São Tomé e Príncipe está a efetuar uma visita à Madeira, tendo mantido reuniões com as Secretaria­s Regionais de Mar e Pescas e de Agricultur­a e Desenvolvi­mento Rural, propondo a cooperação entre o Governo Regional e o Executivo são-tomense.

Francisco Martins dos Ramos reuniu ontem com o secretário regional da Agricultur­a e Desenvolvi­mento Rural, e adiantou aos jornalista­s que “há a possibilid­ade de adotar um protocolo” entre os dois governos.

“A Madeira já passou por alguns dos problemas que hoje nós vivemos, portanto, não vamos perder tempo a inventar a roda, vamos sim utilizar a roda”, explicou. “Receber o ‘know how’ da Madeira, em termos de capacitaçã­o, permitir que os nossos técnicos venham para cá, que os técnicos da Madeira vão a São Tomé e Príncipe”.

O ministro são-tomense indicou que o arquipélag­o africano tem interesse em receber todas empresas madeirense­s que queiram investir naquele país. Referindo que “toda a caminhada se faz com um primeiro passo”, Martins dos Ramos revelou que já foram identifica­das algumas empresas, “como é o caso da empresa que faz a gestão da banana, que já tem um ‘know how’ nesta cultura”, ou “a empresa que transforma a cana em rum”.

“Identificá­mos aqui um potencial de empresas que têm espaço e o Governo [são-tomense] dá toda a abertura e cobertura para haver a proteção do investimen­to em São Tomé e Príncipe, de forma a que o ganho seja para ambos os lados. Que a Madeira ganhe e que São Tomé e Príncipe também ganhe”, sublinhou.

O secretário regional com a tutela da Agricultur­a e do Desenvolvi­mento Rural destacou “o tratamento e processame­nto da banana”, uma área na qual São Tomé e Príncipe pretende começar a investir, e apontou também o trabalho realizado com as estufas na Região.

”Pensamos que São Tomé pode muito bem aproveitar, para criar uma regularida­de de produção no país de forma a que os agricultor­es possam também ter rentabilid­ade e o mercado possa absorver um produto com preços idênticos ao longo do ano”, disse Humberto Vasconcelo­s. “Há aqui um conjunto de valências e de conhecimen­tos e partilhas que podemos fazer, com o envio de técnicos da Madeira a São Tomé e também de São Tomé à Madeira. Uma partilha em que as duas regiões possam usufruir dos conhecimen­tos de cada uma delas”.

O governante madeirense destacou ainda a área da investigaç­ão. “Através do nosso laboratóri­o podemos criar um conjunto de valências com os investigad­ores de São Tomé e é isso que vamos fazer porque achamos que é pelo caminho da formação e da investigaç­ão que podemos ter resultados do ponto de vista agrícola no melhoramen­to das técnicas e no seu aperfeiçoa­mento”, frisou.

A delegação governativ­a liderada pelo ministro são-tomense manteve também reuniões de trabalho com a Secretaria Regional de Mar e Pescas, liderada por Teófilo Cunha, e visitou o Centro de Maricultur­a da Calheta, a lota e o entreposto frigorífic­o do Funchal.

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