Madeira e Açores numa ‘frente atlântico’ unida
José Manuel Rodrigues e Luís Garcia estão de acordo que os dois arquipélagos portugueses devem reunir consensos em matérias mais melindrosas, de modo a deterem mais capacidade negocial e reivindicativa junto do Estado e das instâncias europeias.
Os presidentes dos dois parlamentos regionais voltaram a se encontrar ontem, agora para um encontro mais informal, que incluiu uma visita ao Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos, na ilha açoriana do Faial.
Do encontro, saiu um convite para que o líder da Assembleia Regional dos Açores visite a Madeira, em resposta à deslocação do presidente da ALRAM aos Açores, prontamente aceite e a ser calendarizada em breve. Mas, mais importante, resultou também no alinhavar de encontros de delegações de ambos os parlamentos, para a tratarem de matérias comuns, nomeadamente “para que seja possível consensualizar posições, quer em matéria da revisão da Lei de Finanças, quer no aprofundamento da Autonomia, para torná-la mais justa”, relevou José Manuel Rodrigues.
Além daquelas matérias, acrescenta temas como a “solidariedade europeia e nacional, o cumprimento do princípio da continuidade territorial e do princípio da mobilidade dos cidadãos insulares para o resto do território nacional”, entre outras.
“O passado diz-nos que sempre que madeirenses e açorianos negociaram de forma isolada, não tiveram sucesso, mas que quando reuniram consensos, conseguiram defender e fazer valer os seus direitos”, enfatiza o madeirense. Mais, “é um passo importante, no sentido de fazer ver ao Estado que as nossas ilhas, dando uma dimensão atlântica muito importante ao país, merecem também ter a consideração que não têm tido até o momento”, reforçou.
Por seu turno, Luís Garcia partilhou que “é necessário trabalhar para que as duas delegações possam, num curto espaço de tempo, provavelmente no início do próximo ano, se encontrar para debater e refletir sobre essas questões, e consensualizar aquilo que for necessário, porque esta consensualização é importante para as lutas que depois teremos de travar a nível da Assembleia da República. E se aparecermos com uma ‘frente atlântico’ unida será, seguramente, uma mais valia”.
DS