Jornal Madeira

Francisco Gomes quer

O antigo deputado do PSD pediu para filiar-se no CDS. O partido está a analisar o caso, mas deverá ser aceite, acredita Ricardo Vieira, proponente do pedido.

- Por Alberto Pita albertopit­a@jm-madeira.pt

O antigo social-democrata Francisco Gomes apresentou o pedido de militância no Cds-pp/madeira.

Antigo deputado à Assembleia Legislativ­a da Madeira e à Assembleia da República, eleito pelas listas do PSD, Francisco Gomes desfiliou-se “há longos meses” dos social-democratas e agora manifestou a sua vontade de ingressar no CDS.

A informação foi ontem confirmada pelo centrista Ricardo Vieira, que é o proponente do pedido de Francisco Gomes. “Confirmo o pedido de filiação do Dr. Francisco Gomes no CDS”, disse ontem ao JM Ricardo Vieira.

“Há uns meses valentes que eu falo com o Dr. Francisco Gomes, que é alguém que pessoalmen­te aprecio muito pela sua cultura, pela sua capacidade de análise, pela sua forma de ser e pelos seus valores, e ele mostrou desejo de se filiar no CDS, atendendo a que já há longos meses se desfiliou do outro partido. Eu voluntarie­i-me logo para ser o militante que subscrever­ia o seu pedido de adesão”, explicou o antigo líder centrista.

Para Ricardo Vieira, Francisco Gomes “é uma pessoa de grande valor, que já foi deputado à Assembleia da República, foi deputado regional, é uma pessoa muito atenta à Região, tem um conjunto de livros publicados, é um colunista respeitáve­l e muito perspicaz nas suas análises, é uma pessoa que está muito próxima dos valores do CDS e, portanto, julgo que sentiu a necessidad­e de dar um contributo ao partido, e acho que o partido naturalmen­te só tem de agradecer”.

Sobre a imagem que os madeirense­s irão ficar após assistirem a esta mudança de partido, Vieira respondeu que não acha que seja “uma coisa assim muito estranha”.

“Acho que as pessoas, conforme vão andando na vida, vão também alicerçand­o os seus valores e as suas crenças e percebendo que há opções que se vão fazendo”, disse.

“Eu lembro-me, há muitos anos, que uma senhora me disse que partido e marido era só um. Eu acho que isso não tem muito a ver. As pessoas não casam com os partidos. Os partidos correspond­em a um ideário e a um conjunto de valores com os quais as pessoas se identifica­m. Se os partidos eventualme­nte mudam ou as pessoas mesmo, na sua evolução natural, vão se apercebend­o que a defesa dos valores em que acreditam está mais sediada num partido do que noutro, naturalmen­te que fazem essas opções. Acho que esse é um dos espaços de liberdade que devemos cultivar”, argumentou.

O pedido de Francisco Gomes será agora analisado pela Secretaria-geral do Cds-pp/madeira, a fim de validar ou não a entrada, sendo depois comunicada a decisão ao candidato.

Ricardo Vieira espera que a resposta ao pedido surja “em breve”, e antecipa a aceitação do pedido. O proponente “estranhari­a muito” que o pedido não fosse aceite, e arrisca até dizer que essa possibilid­ade “não se coloca”.

O antigo presidente do CDS-PP lembra que Francisco Gomes é doutorado em Ciência Política e que é “muito consciente dos valores da autonomia e dos valores éticos”, o que é “muito importante para o CDS”.

Ricardo Vieira acredita ainda que Gomes poderá ser “indiscutiv­elmente” um quadro valioso dos centristas em futuras eleições.

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