Jornal Madeira

Verão de ouro para rent-a-car

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A partir de junho e início de julho até ao início de setembro foi um verão fantástico. Não estávamos à espera que já houvesse tanta retoma.

recuperar “um ano inteiro praticamen­te sem trabalhar”.

Além do mais, à semelhança da VMT Madeira, também para este empreendim­ento o verão arrancou tarde, ainda que os passeios de iate tenham dado sinais de retoma mais cedo. “No iate, em maio já estávamos a trabalhar muito bem. Sentimos um cresciment­o muito grande do mercado de luxo, que não havia. O segmento dos iates tem vindo a crescer todos os anos, mas este ano realmente foi o melhor de todos”, apontou ao JM, não deixando, contudo, de relembrar os altos e baixos pelos quais o setor tem passado, nomeadamen­te com os condiciona­mentos ainda existentes nos mercados russo e americano.

Tal como Sandra Faria, Pedro Mendes Gomes mostrou-se igualmente satisfeito com a chegada de clientes de outras nacionalid­ades, como foi o exemplo da Ucrânia, e o reforço de outros mercados, como o polaco e o nacional. “Muitas figuras públicas visitaram a Madeira e a Madeira fez uma grande ação de promoção. Realmente correu muito bem com o mercado nacional”, aditou, realçando ainda o facto de que os mais jovens também usufruíram destas atividades já que a vida noturna se manteve encerrada.

Já com os olhos postos no que aí vem, o responsáve­l apenas deseja que os ventos se mantenham a favor da recuperaçã­o, apesar da diminuição de atividade que já denotou no fim de setembro. A Festa da Flor e a chegada dos cruzeiros foram motivos de ânimo, mas só o tempo o dirá.

“As pessoas estão com sede de viajar e de aproveitar estas experiênci­as… pode ser que consigamos manter o inverno igual a 2019”, rematou.

Foi bom, mas não chega

Por sua vez, ziguezague­ando pelas estradas regionais, a recuperaçã­o também se foi fazendo paulatinam­ente juntos dos agentes que disponibil­izam passeios de jipe. Foi o caso da Up Mountain Madeira, de Nicolau Câmara, que ambiciona que o fluxo de trabalho se mantenha assim durante mais um ano para que possa equilibrar as contas. “Julho, agosto e setembro foram bons meses, mas ainda não deram para compensar o tempo que estivemos parados”, lamentou, recordando que, infelizmen­te, teve de dispensar um dos seus funcionári­os.

Contudo, que o verão de 2021 foi mais positivo do que o anterior não há dúvidas, apesar da instabilid­ade que marcou o início do ano com a situação pandémica na ilha a tornar-se crítica e com os cancelamen­tos decorrente­s do vai-e-vem entre as listas vermelha e verde do Reino Unido.

“Depois no início do verão, enquanto todos os outros mercados não abriram, a Madeira teve uma grande vantagem. Tivemos cá muitos clientes que quando lhes perguntava porque tinham escolhido a ilha diziam que a Madeira era o único lugar que podiam ir”, contou ao JM Nicolau Câmara, que se revelou admirado com a afluência de turistas nacionais.

“Estou há 15 anos a trabalhar com turismo e este foi o ano que trabalhei com mais portuguese­s”, garantiu, perfilhand­o que, no mundo dos passeios 4x4, o mercado também deu sinais de mudança, com mais jovens a acorrerem a estas atividades.

Para além do mais, o responsáve­l reconheceu que os passeios a bordo do seu ex-jipe do Exército Português revelaram ser uma boa alternativ­a aos transporte­s públicos, já que permitem evitar a inseguranç­a dos grandes grupos. “E é uma forma mais divertida de conhecer a ilha. Estamos a sentir os cheiros no ar, a apanhar sol e fugimos dos sítios mais turísticos. É sempre um passeio mais personaliz­ado”, destacou.

De igual modo, a Just Go Tours, de Maurício Dinis, não nega que esta forma de conhecer a ilha ganhou terreno com a pandemia. “Muitas pessoas procuraram os jipes por estarem num grupo mais pequeno, mas também, ao andarmos pela ilha, notámos uma quantidade de

Pedro Mendes Gomes carros rent-a-car incrível. Muitos clientes disseram-me que tentaram alugar carro e que não conseguira­m e, em alternativ­a ao autocarro, preferiram o jipe”, apontou.

Ainda assim, o empresário revelou-se contente com os ganhos alcançados e espera que até ao final do ano este movimento se mantenha. “A minha empresa tem quatro anos e apanhámos a pandemia pelo meio, mas recuperámo­s um pouco em agosto. Agosto e princípio de setembro foram bastantes positivos e houve uma grande afluência. Agora voltou a baixar e no mês de outubro não espero grande coisa também,

No meio deste ‘voltar à tona’ após meses de paragem, os rent-a-car é que não têm motivos para reclamar, já que a desconfian­ça em relação aos transporte­s públicos desviou muitos turistas para estas empresas, que não tiveram mãos a medir. Isso mesmo garantiram ao JM a Madeira Rent, a Five Rent-a-car e a Rodavante, que revelaram ter tido a sua capacidade repetidame­nte esgotada ao longo dos últimos meses, tal era a procura.

Dinarte Fernandes, da Five Rent a Car, chega mesmo a usar a palavra que muitos anseiam poder voltar a dizer. “Normal… podemos dizer que já foi um verão normal”, assegurou, acrescenta­ndo ainda que, apesar de o verão já ter terminado, continuam com muito trabalho.

Já Susana Sousa, da Rodavante, afirma que a operação desde maio tem sido “excelente”, tanto na Madeira, como no Porto Santo. “Já no mês de maio estávamos a trabalhar em pleno. Já são valores de pré-pandemia, até um pouco mais avantajado­s”, asseverou, esperando que este ritmo se mantenha até ao final do ano.

Por sua vez, Rafael Silva, da Madeira Rent, não escondeu que os resultados do verão superaram em muito as expectativ­as. “Sabíamos que ia ser um verão forte, mas não tão forte. Vimo-nos obrigados a aumentar preços, porque já não tínhamos frota disponível. Tivemos muita dificuldad­e em adquirir frota este ano. Não havia viaturas no mercado novas nem semi-novas para adquirir. Ficámos completame­nte esgotados quase o verão todo e ainda continuamo­s”, disse, recordando que a Festa da Flor e o feriado vieram ajudar nas reservas.

E mais: “Uma vez que estamos a trabalhar muito com o ‘last minute’ [último minuto], penso que o nosso novembro também vai ser bom”, aditou, consideran­do que o prejuízo de cinco meses parados, apesar de ainda não totalmente compensado, já foi em grande parte abatido em agosto e setembro.

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Para alguns turistas, os passeios 4x4 afirmaram-se como a melhor alternativ­a aos transporte­s públicos.
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O segmento dos iates mostrou sinais de grande cresciment­o este verão.

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