Madeira junta-se a jornada de “memória e esperança”
Criada em forma de manifesto, a iniciativa foi subscrita por mais de 100 individualidades e pretende homenagear as vítimas da covid-19, mas também aqueles que sofreram com o impacto da pandemia.
Chama-se nova ‘Memória e Esperança’ a jornada nacional que visa mobilizar a sociedade portuguesa para a situação que todos nós fomos confrontados desde março de 2020. “Há um luto comunitário que precisa de ser feito, porque a tragédia que eclodiu e o trauma que ela originou são sociais e globais”, como pode ler-se na página oficial do projeto.
Criada em forma de manifesto, a iniciativa já tem mais de mil subscritores e conta com uma comissão promotora constituída por perto de 100 pessoas, algumas delas personalidades do mundo da música e da representação [Rui Veloso, Francisco José Viegas, Pedro Abrunhosa, Maria Rueff, Bruno Nogueira são algumas delas]. Pretende homenagear as vítimas da pandemia covid-19, mas também aqueles que sofreram direta ou indiretamente com o impacto da pandemia.
Na Madeira, este projeto, que, refira-se, conta com o alto patrocínio do Presidente da República, vai concretizar-se, a exemplo do que também vai acontecer no resto do País, com uma série de eventos agendados para o próximo fim de semana e dias seguintes, alguns a acontecerem já nesta sexta-feira.
Ao todo, serão, pelo menos, nove as iniciativas conhecidas que pretendem, aqui na ilha, concretizar os objetivos deste manifesto.
De acordo com Nicolau Fernandez, subscritor do manifesto e responsável pela sua concretização aqui na Região, entre sexta-feira e domingo serão dinamizadas diversas iniciativas.
Por exemplo, serão plantadas árvores, em Câmara de Lobos, em memória das vítimas mortais da covid-19, com a colaboração de algumas entidades do concelho.
Haverá também espaço para um ciclo de “conversas online, com transmissão para o Facebook, com convidados, para conversar sobre o luto e o regresso pós-pandemia às rotinas; vivências comunitárias e a experiência social.
A associar-se a esta jornada Memória e Esperança está também a apresentação do livro ‘Everyday Covid’ e exposição fotográfica a partir do trabalho de fotógrafos e fotojornalistas, não só do continente, mas também da Madeira. A apresentação do livro está agendada para as 14h30 desta quinta-feira, no Museu de Imprensa da Madeira. Na sexta-feira, pelas 17h30, a Reitoria da Universidade da Madeira, Colégio dos Jesuítas, também receberá parte desta exposição.
Quem também se juntou a este projeto foi a Escola Secundária Francisco Franco que irá dinamizar neste contexto uma série de iniciativas em conjunto com a sua comunidade educativa. Sexta-feira será realizada uma performance com atuação musical, formação de uma coreografia com os alunos, leitura de textos e poemas, plantação de uma ‘Árvore da Memória e Esperança’ e criação e um memorial.
Será também pedido a toda a comunidade escolar (de toda a Região) para que vista uma peça de vestuário (branca, amarela ou verde) por forma a homenagear os profissionais de saúde, mas também todos aqueles que sofreram com a pandemia.
Ainda nesta escola, com a participação dos alunos de multimédia, será gravada uma performance e posterior edição dos vídeos com divulgação nas plataformas digitais da escola.
As fotografias que serão também tiradas neste âmbito serão expostas no memorial e divulgadas nas plataformas digitais da escola.
Também nesta sexta-feira, a Escola Superior de Enfermagem São José de Cluny e o Instituto Português de Mediação Familiar do Funchal, instituições parceiras, vão apresentar o seminário ‘Memória e Esperança’, a partir das 16h00, via ‘zoom’.
O evento contará com a participação da conferencista Ana Albuquerque Queiroz, que tecendo algumas considerações éticas, dará espaço ao debate ‘conversas sobre memória e esperança em tempo de pós-pandemia’, dando a conhecer os resultados de duas investigações sobre este tema.
Outra escola que irá também juntar-se a este manifesto é a de Santo António e Curral das Freiras. Esta sexta-feira será também plantada uma árvore, ao lado de um espécime que desapareceu, acompanhada de um minuto de silêncio.