Albuquerque e Calado assumem “parceria”
Pedro Calado e Miguel Albuquerque vão pôr em marcha uma “parceira” entre a Câmara Municipal do Funchal e o Governo Regional para encontrar soluções e alternativas aos problemas de mobilidade e de trânsito na cidade.
“Não hesitaremos em assumir uma postura de trabalho conjunto com o Governo Regional, em benefício de todos os funchalenses, não deixando por isso de ter as nossas convicções, de forma independente e sem hipotecar os legítimos interesses do Funchal”, disse ontem o novo presidente da Câmara Municipal, no discurso de tomada de posse na Praça do Município, considerando que “o Governo Regional sempre foi, é, e será um parceiro estratégico no desenvolvimento económico e social da nossa cidade”.
O presidente do Governo Regional registou e, quando discursou para as centenas de pessoas que assistiam à cerimónia, as primeiras palavras foram para confirmar essa “parceria”.
“Pode contar com toda a colaboração do Governo Regional para a concretização daqueles que são os interesses superiores da população da nossa cidade”, transmitiu Miguel Albuquerque ao seu antigo vice-presidente, que a 26 de setembro destronou o poder da coligação de esquerda que governou a principal Câmara da Região nos últimos oito anos.
“Temos muito trabalho para fazer nesta cidade ao nível da mobilidade. Precisamos construir novos viadutos, novas vias, para descongestionar o trânsito, sobretudo na hora de ponta”, disse Miguel Albuquerque, comprometendo-se ainda com a melhoria dos transportes públicos e com a construção de “habitação para a classe média e para os jovens casais a preços acessíveis”.
Palavras que estavam em sintonia com o que momentos antes o autarca havia dito.
No “novo ciclo” que Pedro Calado inicia no Funchal, a “simplicidade e o diálogo na forma de governar” serão “mandamentos” de governação, mas o que também perpassou no seu discurso é que esta vereação vai agir diferente e depressa.
“Sabemos que os funchalenses não aceitam mais desculpas nem adiamentos. Por isso mesmo, agiremos, procurando dar as respostas necessárias, em tempo realmente útil, sem as longas demoras, sem os constantes recuos, dificuldades e bloqueios, que tanto caracterizaram os anteriores oito anos de governação municipal”, apontou.
Dizendo que o projeto que tem é “feito com as pessoas, pelas pessoas e para as pessoas, e não para concretizar projetos políticos pessoais”, Pedro Calado garantiu que nenhuma das dez Juntas de Freguesia serão discriminadas – Santa Maria Maior foi a única que se manteve ‘Confiança’ – neste mandato.
Defendeu um modelo de apoios sociais que ampare “os mais desprotegidos, as famílias carenciadas, os quem não têm trabalho ou não podem trabalhar”, mas colocou o trabalho como o fator principal para o equilíbrio social, e não “a mendicidade e a subsidiodependência”.
“Estamos fortemente empenhados em criar mais postos de trabalho, com melhores condições salariais e com maior valorização profissional”, acrescentou, considerando que para isso vai “incentivar as empresas e os empresários, através de uma reduzida carga fiscal e de um sistema mais célere e eficaz na análise de projetos e de apoio ao investimento”.
Calado quer pôr a Câmara a acelerar e “reduzir o prazo de análise dos processos de licenciamento, promovendo uma correta sinergia entre investimento, urbanismo e reabilitação urbana”.
A modernização e simplificação dos serviços autárquicos “são fundamentais para a eliminação de tarefas redundantes, tendo em vista uma maior celeridade na análise dos processos, com a consequente racionalização e otimização de recursos”, complementou.
Os órgãos autárquicos do Município do Funchal tomaram ontem posse. A eleição da Mesa da Assembleia Municipal do Funchal teve 27 votos a favor e 15 contra. O deputado municipal do Chega não esteve presente na reunião. José Luís Nunes preside à Mesa, acompanhado por Roberto Vieira e Luísa Gouveia.
Aviso sério para o interior
Apesar de garantir que nenhum funcionário camarário será discriminado, o novo presidente da Câmara Mu