Moratórias e crise energética vão adiar retoma económica
O tecido empresarial já está a sentir sinais de retoma, mas há setores que vão demorar mais tempo a recuperar. As moratórias e a crise energética não vão ajudar, alerta o presidente da ACIF.
Os nossos empresários, infelizmente, não estão imunes (à crise energética) e partem de uma situação económico-financeira mais desfavorável. presidente da
Apesar de o tecido empresarial começar a sentir já alguns efeitos da retoma económica, principalmente para os empresários mais diretamente ligados ao turismo e restauração, e de as perspetivas para 2022 serem animadoras, a ACIF mantém ‘os pés bem assentes na terra’ e reconhece que “há muitas empresas que ainda se encontram e vão continuar numa situação financeira bastante frágil” até 2023.
Em declarações ao nosso Jornal, o presidente da Associação Comercial e Industrial do Funchal sublinhou que a crise sanitária teve efeitos devastadores na atividade empresarial, “sendo previsível que a recuperação tenha lugar nos próximos anos, em 2022 e 2023, isso partindo do pressuposto que a situação pandémica continuará a evoluir positivamente”.
Jorge Veiga França considera que “o fim das moratórias também originará algum atraso na recuperação económica, já que, a partir de agora, as empresas terão de suportar encargos financeiros adicionais que poderão comprometer a sua liquidez”.
E a complicar esse fenómeno existe um novo e preocupante fator: “uma crise energética de repercussões enormes para o tecido empresarial em muitos setores se não em todos mesmo e é exemplo claro disso o agravamento inigualável dos aumentos que temos vindo a assistir ao nível mundial nos preços
Jorge Veiga França, dos combustíveis”. Veiga França não tem dúvidas: “os nossos empresários, infelizmente, não estão imunes e partem de uma situação económico-financeira mais desfavorável devido à natureza das suas atividades entre os setores mais afetados e ou à tipologia e dimensão dos seus negócios”.
De qualquer modo, e no atual momento em que terminou a obrigatoriedade de recolher obrigatório, há aspetos muito positivos, em que os empresários começam a sentir o efeito da retoma económica. “Denota-se um aumento da confiança da população, em geral, e uma maior apetência pelo consumo de produtos que anteriormente estavam sujeitos a restrições diversas, como é o caso da restauração. O aumento de turistas na Região também tem contribuído para dinamizar este setor, que foi um dos mais penalizados pelas medidas restritivas que estiveram em vigor durante a crise pandémica”.
Todavia, foi notório, durante as fases de desconfinamento, que “muitos empresários se defrontaram com uma situação nova, que foi a escassez ou mesmo ausência de oferta em certas especialidades como a de cozinha, por exemplo, que lhes permitira satisfazer as suas necessidades e assim poder abrir em pleno os seus negócios”, expôs o responsável pela ACIF, que adiantou ao JM que a associação dará uma atenção especial a este problema. “Será motivo de uma ação nossa juntamente com a mesa do setor para sensibilização das autoridades responsáveis, nomeadamente da segurança social”.
Já relativamente ao comércio urbano, Jorge Veiga França entende que “começa também a dar mostras de alguma vitalidade”. Como analisou, atualmente, “não existem quaisquer constrangimentos à atividade comercial, o turismo está