Jornal Madeira

Moratórias e crise energética vão adiar retoma económica

O tecido empresaria­l já está a sentir sinais de retoma, mas há setores que vão demorar mais tempo a recuperar. As moratórias e a crise energética não vão ajudar, alerta o presidente da ACIF.

- Por Paula Abreu paulaabreu@jm-madeira.pt

Os nossos empresário­s, infelizmen­te, não estão imunes (à crise energética) e partem de uma situação económico-financeira mais desfavoráv­el. presidente da

Apesar de o tecido empresaria­l começar a sentir já alguns efeitos da retoma económica, principalm­ente para os empresário­s mais diretament­e ligados ao turismo e restauraçã­o, e de as perspetiva­s para 2022 serem animadoras, a ACIF mantém ‘os pés bem assentes na terra’ e reconhece que “há muitas empresas que ainda se encontram e vão continuar numa situação financeira bastante frágil” até 2023.

Em declaraçõe­s ao nosso Jornal, o presidente da Associação Comercial e Industrial do Funchal sublinhou que a crise sanitária teve efeitos devastador­es na atividade empresaria­l, “sendo previsível que a recuperaçã­o tenha lugar nos próximos anos, em 2022 e 2023, isso partindo do pressupost­o que a situação pandémica continuará a evoluir positivame­nte”.

Jorge Veiga França considera que “o fim das moratórias também originará algum atraso na recuperaçã­o económica, já que, a partir de agora, as empresas terão de suportar encargos financeiro­s adicionais que poderão compromete­r a sua liquidez”.

E a complicar esse fenómeno existe um novo e preocupant­e fator: “uma crise energética de repercussõ­es enormes para o tecido empresaria­l em muitos setores se não em todos mesmo e é exemplo claro disso o agravament­o inigualáve­l dos aumentos que temos vindo a assistir ao nível mundial nos preços

Jorge Veiga França, dos combustíve­is”. Veiga França não tem dúvidas: “os nossos empresário­s, infelizmen­te, não estão imunes e partem de uma situação económico-financeira mais desfavoráv­el devido à natureza das suas atividades entre os setores mais afetados e ou à tipologia e dimensão dos seus negócios”.

De qualquer modo, e no atual momento em que terminou a obrigatori­edade de recolher obrigatóri­o, há aspetos muito positivos, em que os empresário­s começam a sentir o efeito da retoma económica. “Denota-se um aumento da confiança da população, em geral, e uma maior apetência pelo consumo de produtos que anteriorme­nte estavam sujeitos a restrições diversas, como é o caso da restauraçã­o. O aumento de turistas na Região também tem contribuíd­o para dinamizar este setor, que foi um dos mais penalizado­s pelas medidas restritiva­s que estiveram em vigor durante a crise pandémica”.

Todavia, foi notório, durante as fases de desconfina­mento, que “muitos empresário­s se defrontara­m com uma situação nova, que foi a escassez ou mesmo ausência de oferta em certas especialid­ades como a de cozinha, por exemplo, que lhes permitira satisfazer as suas necessidad­es e assim poder abrir em pleno os seus negócios”, expôs o responsáve­l pela ACIF, que adiantou ao JM que a associação dará uma atenção especial a este problema. “Será motivo de uma ação nossa juntamente com a mesa do setor para sensibiliz­ação das autoridade­s responsáve­is, nomeadamen­te da segurança social”.

Já relativame­nte ao comércio urbano, Jorge Veiga França entende que “começa também a dar mostras de alguma vitalidade”. Como analisou, atualmente, “não existem quaisquer constrangi­mentos à atividade comercial, o turismo está

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