Jornal Madeira

“Se precisarem de nós, sabem onde é que estou"

- LMS

"Nós, neste momento, e como eu sempre disse, em primeiro lugar está a Madeira. Se precisarem de nós, sabem onde é que estou". Foi desta forma que Miguel Albuquerqu­e comentou ontem a viabilizaç­ão do Orçamento do Estado para 2022, deixando, de certa forma, uma porta aberta para o diálogo.

À margem da apresentaç­ão do Orçamento Participat­ivo 20212022, e uma vez confrontad­o pelos jornalista­s sobre se tinha já sido contactado pelo Governo central por causa da viabilizaç­ão deste Orçamento de Estado, o presidente do Governo Regional negou haver alguma posição conjunta entre a Madeira e os Açores, voltando a afirmar que "nem nos passa pela cabeça votar a favor deste Orçamento", sobretudo pelas implicaçõe­s que este trará caso seja aprovado com as reivindica­ções dos partidos de Esquerda.

Aliás, Miguel Albuquerqu­e até afirmou que é preferível ter uma crise política “do que um Orçamento que leve o País à ruína”, esclarecen­do que “não há nenhum drama” se o documento for hoje chumbado.

“É melhor [o Orçamento] funcionar por duodécimos do que termos uma situação estapafúrd­ia de entrarmos numa crise política ou numa situação de irrealismo que leve depois a uma intervençã­o externa”, salientou o chefe do Executivo madeirense.

Na ocasião, considerou que “mexer neste momento como querem mexer no sistema de financiame­nto das pensões, fazer aumentos do salário mínimo com uma crise energética à vista e uma crise de abastecime­nto de matérias-primas e compressão inflacioni­sta neste momento na Europa e no País é absurdo. Nem as empresas aguentam”, declarou.

O presidente disse ainda que “há uma lição que se aprende” com esta “crise política despoletad­a por este desentendi­mento da geringonça”, que é “que esta gente não é fiável e que devia ter havido um acordo escrito pelo Presidente da República”, dando como exemplo o antigo Presidente da República, Cavaco Silva, que exigiu acordos escritos.

Madeira sai prejudicad­a

Sobre a forma como a Região foi “tida em conta” neste Orçamento, Albuquerqu­e voltou a lembrar que o OE2022 prevê uma redução de 15 milhões de euros nas verbas previstas para a Região.

A não clarificaç­ão da compartici­pação (em 50%) do Estado na obra do hospital; os custos que estão a ser assumidos pela Madeira em relação aos subsistema­s de saúde; a não regulament­ação do subsídio de mobilidade; a falta de medidas para o transporte marítimo (ferry) e a falta de verbas para os estudantes da Madeira no que respeita ao passe sub-23 foram alguns dos pontos enumerados pelo governante para justificar o quanto entende que este Orçamento de Estado é "desastroso" para a Região e não pode, por isso, ser aprovado.

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