Jornal Madeira

Baixas médicas emitidas através do SNS 24

Apesar de o JM ter contactado a tutela, para já não é conhecido se o sistema será implementa­do na Região.

- Por Edna Baptista edna.baptista@jm-madeira.pt

Em breve, as baixas médicas de curta duração poderão ser justificad­as à entidade patronal por meio de uma declaração emitida através do portal do SNS24, dispensado, assim, as deslocaçõe­s ao hospital ou ao centro de saúde para obter um atestado médico.

Esta foi uma proposta do grupo do PS, que será discutida e votada hoje na Assembleia da República, no âmbito das alterações à lei laboral, e que tem como objetivo desburocra­tizar, simplifica­r e tornar mais eficiente o processo de requisição destes documentos, aliviando a pressão sobre o pessoal médico.

Ressalte-se, no entanto, que esta declaração apenas poderá ser solicitada no serviço digital do SNS nos casos de ausências ao trabalho por doença que não excedam três dias consecutiv­os, com um limite de até seis dias por ano, e que não serão remunerado­s.

Todavia, para já, é uma incógnita se este modus operandi será uma realidade na Região. O JM procurou saber junto da Secretaria Regional de Saúde e Proteção Civil e do SESARAM se este sistema será aplicado na Madeira, mas não obteve qualquer resposta até ao fecho desta edição. De igual modo, o nosso Jornal tentou contactar a nova equipa da secção regional da Ordem dos Médicos para perceber a sua postura em relação a esta matéria, mas também não recebeu qualquer esclarecim­ento.

Médicos estão contra

A aprovação desta medida é já dada como certa, dada a maioria absoluta socialista. Assim, se aprovada, deverá entrar em vigor a 3 de abril. No entanto, ao nível nacional, vários profission­ais já se insurgiram contra esta proposta.

Foi o caso do bastonário da Ordem do Médicos, Miguel Guimarães, que, em declaraçõe­s ao Jornal de Notícias, recordou que a "baixa médica é um ato médico", levantando, assim, uma questão: “Como pode o SNS 24 passar uma baixa se a linha não tem médicos a trabalhar?”.

Antevendo “consequênc­ias desastrosa­s em pouco tempo”, o representa­nte sugere antes a criação de uma autodeclar­ação do trabalhado­r, sob compromiss­o de honra.

Na mesma linha, Nuno Jacinto, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, considerou que esta medida não resolverá a elevada burocracia que pende sobre os centros de saúde, tendo colocado também interrogaç­ões sobre a operaciona­lização desta proposta.

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Se aprovada, esta medida deverá entrar em vigor já a 3 de abril deste ano.

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