A DIETA TAMBÉM É UM TRATAMENTO
também um dos soldados que se apronta para combate, conforme reitera Andreia Castro, nutricionista na Unidade da Mama.
“Quando um doente é diagnosticado com um cancro, pensa muito na parte médica e nos tratamentos e, só depois, é que entra a nutrição, mas temos desmistificado isso, porque, de facto, o que faz sentido é trabalharmos em equipa”, salientou a profissional, que recorda que, dada a agressividade dos tratamentos, é muito comum que um paciente fique desnutrido e acabe por sofrer uma perda de peso “brutal”, levando a um agravamento do quadro clínico.
“Portanto, se atuarmos atempadamente, conseguimos minimizar esta situação”, reiterou, sublinhando o papel “fundamental” do profissional nesta ‘luta’ que também é nutricional.
“Fazendo dieta por conta própria, a pessoa corre o risco de ter défices nutricionais, de não estar a ingerir alimentos que são benéficos ou de haver uma interação negativa com os tratamentos, e não vai ter o melhor proveito do tratamento, sendo que este inclui a dietoterapia, porque a dieta também é um tratamento”, asseverou, lembrando que no ‘Dr. Google’, existe “muita informação, mas também muita desinformação”, que acaba por baralhar os utentes.
Por isso mesmo, não é de admirar que a frase ‘Ouvi dizer que o açúcar alimenta o cancro’ não seja estranha aos ouvidos da nutricionista. E, de facto, embora estes alimentos, a par das gorduras e do sal, sejam prejudiciais, Andreia Castro realça que “não há nãos” na alimentação. “Há, sim, uma reeducação alimentar”, explanou, apontando que o importante é que exista um plano balanceado, individualizado e que apoie o plano de tratamentos, mesmo sem tirar os pequenos prazeres, que podem ser mantidos através da escolha de opções mais saudáveis.
Já a alimentação rica e diversificada, para potenciar a otimização do estado nutricional, continua a ser o maior aliado dos doentes, que não devem esquecer os antioxidantes, mas também o aporte proteico, o calórico e os macro e micronutrientes.
Ademais, a evolução da sintomatologia, como o aparecimento de náuseas, vómitos e diarreia, não pode ser desconsiderada, sendo esta “mais uma razão para percebermos que é fundamental atuarmos preventivamente, porque quanto mais nutrido estiver o corpo num diagnóstico de cancro, maior é a probabilidade de reação à terapia”, rematou a nutricionista.