“Não temos lista de espera na Oncologia”
Entre as patologias mais detetadas na RAM estão os cancros da mama, da próstata, colorretal, do pulmão e os identificados na cabeça e pescoço.
“Não temos lista de espera na Oncologia”. A garantia é deixada por Ana Paula Vieira, coordenadora da Unidade de Oncologia Médica, do Serviço Regional de Saúde, que assevera que só assim se consegue prestar “respeito ao doente”.
“Todas as sextas-feiras é feita uma triagem e os doentes são logo orientados para uma primeira consulta. É impossível ter um doente oncológico à espera”, reiterou a profissional, que aponta que, mesmo com duas profissionais de baixa, por licença de maternidade, a resposta é sempre assegurada aos utentes, não se delongando mais do que uma semana.
Além do mais, segundo Ana Paula Vieira, a Região tem acompanhado os avanços nas terapêuticas, disponibilizando uma panóplia de tratamentos inovadores, muito graças à constante investigação desenvolvida acerca desta patologia e que o SESARAM procura adaptar a par e passo. “De um ano para o outro não se trata de forma igual, porque a medicina na área da oncologia tem vindo a evoluir muito”, atestou, revelando que na Madeira as terapêuticas mais utilizadas são a imunoterapia e os tratamentos moleculares.
Todavia, segundo Ana Paula Vieira, atrás não ficam também as técnicas de diagnóstico que têm vindo a ser aperfeiçoadas, dando o exemplo do diagnóstico realizado através de testes genéticos, que tem sido sobretudo aplicado nos casos de cancro de pulmão e em doentes mais jovens.
Incidência vai aumentar
De acordo com os dados mais recentes do Registo Oncológico da RAM, em 2021, foram detetados 1.509 novos casos de cancro na Região. De acordo com a coordenadora, entre os mais frequentes no arquipélago, encontram-se o cancro da mama nas mulheres, o da próstata nos homens, aos quais se aditam ainda os do colorretal, do pulmão e os na cabeça e pescoço.
Certo é que, segundo Ana Paula Viera, a incidência do cancro só continuará a aumentar, uma vez que vivemos cada vez mais anos. “A incidência aumenta com a idade, sobretudo nos 60/70 anos, mas sempre tivemos doentes jovens, porque os tumores não dependem apenas de fatores genéticos. Também depende dos estilos de vida, como o tabaco, a obesidade, o álcool e a falta de desporto”, frisou.
É neste sentido que a médica apela à participação nos rastreios existentes na Região, como é o caso do cancro da mama, do colorretal e do colo do útero, aos quais se deverá juntar em breve os rastreiros ao cancro gástrico, ao da próstata e ao do pulmão.
De facto, para Ana Paula Vieira, a tónica deve ser colocada na prevenção mediante a adoção de estilos de vida mais saudáveis, mas também na deteção precoce destas patologias, o que ajudará a diminuir o sofrimento e os custos de tratamento e a aumentar a taxa de sobrevivência.