“SE EU FOSSE PRESIDENTE DO GOVERNO REGIONAL, JÁ TÍNHAMOS UM FERRY”
O cabeça-de-lista do PS pelo círculo da Madeira às eleições de 10 de março Paulo Cafôfo garantiu ontem que se fosse presidente do Governo Regional haveria hoje um ferry a fazer as ligações marítimas entre a Madeira e Lisboa, a cidade preferida para a chegada do navio. Paulo Cafôfo disse que o Governo da República garantiu o subsídio de mobilidade também para as ligações marítimas e que falta apenas escolher o porto que terá a rampa para a acostagem do navio, só que o processo não avança porque o Governo Regional tem sido “incapaz” de lançar o concurso. Neste debate, com vários momentos de tensão, Paulo Cafôfo assumiu que “a Madeira está acima” do PS e que, se estiverem em causa os interesses da Região, furará a disciplina de voto do partido. O candidato respondeu à crítica de que o Estado investe pouco na Região, tendo para o efeito referido que a Universidade da Madeira teve uma majoração de quatro milhões de euros ao orçamento de 14 milhões e que foram canalizados 10 milhões do PRR para duplicar as residências universitárias na ilha. Disse ainda que com mais um milhão de euros seria possível ter “todos os anos” do curso de medicina na ilha. Abordou também o cofinanciamento do novo hospital, as transferências de 5% do PRR para a Madeira e a colocação de cabos submarinos para reforçar a competitividade tecnológica do arquipélago. Sobre a autonomia, opôs-se à ideia do seu uso como “arma de arremesso”. “O PPD/PSD, infelizmente, nos últimos anos, fez muito barulho, muita algazarra, mas teve pouco efeito prático sobre aquilo que se tem conseguido para a autonomia”, criticou. Defendeu o fim do cargo de representante da República, o aprofundamento dos poderes autonómicos e desafiou “os principais partidos do arco de governação a criarem um lóbi para defender a autonomia” e evitar e “divisionismos” nesta matéria. O candidato também deu a sua visão sobre o Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM). Cafôfo garantiu que “o CINM é da Madeira e está na Madeira, mas é importante para o País”, assegurando que o Governo da República vê a praça como uma “mais-valia”, apesar do “problema com a prorrogação do contrato, por ajuste direto, à SDM que levou a que a Comissão Europeia, por matéria de concorrência, levantasse um processo de infração”. Para o futuro, defendeu um regime de licenciamento que assegure “as melhores condições para que o centro seja sustentável e possa contribuir de forma estratégica para a criação de empregos qualificados”.