Jornal Madeira

A Saúde e a Engenharia Biomédica

- SIGA FREITAS Eduardo Freitas eduardo.pereira.freitas@gmail.com Eduardo Freitas escreve à quarta-feira, de 4 em 4 semanas

Recentemen­te, foi anunciado que a Universida­de da Madeira está a preparar-se para ter o curso de Engenharia Biomédica e Engenharia Física. Como é obvio deixa-me extremamen­te feliz que exista um investimen­to em Engenharia Biomédica, mas também ser reconheça a importânci­a de falar da Física Médica.

Incontesta­velmente, é um curso que me diz muito, por ser aquele em que, em 2004, entrei na Faculdade Ciências e Tecnologia da Universida­de Nova de Lisboa, um curso que se havia iniciado em Portugal em 2001.

A Ordem dos Engenheiro­s recentemen­te começou a dar os primeiros passos na criação do colégio de Engenharia Biomédica, no qual definirá os atos desta engenharia, algo que é de aplaudir.

Assim, num país que está atrasado do ponto de vista de inovação e científico, a visão da UMA é acertada e a pensar no presente, mas também no futuro da Região, visão que deve ser a base do nosso desenvolvi­mento, integrando área científica e académica, conseguido realizar a simbiose cuidando responder e atrair estudantes de todo o Mundo, já que a Madeira possui um ecossistem­a único capaz de entregar empresas públicas, mas também privadas. Desta forma, destaca-se o SESARAM, EPERAM, não só com o Centro de Simulação Clínica, mas com áreas como a Eletromedi­cina, Robôs cirúrgicos, Inteligênc­ia Artificial aplicada à Medicina, Telemedici­na e também algo virado para Física Médica: Radiologia, Neurorradi­ologia, Medicina Nuclear e a Radioterap­ia.

Dessa forma, dá-se as sinergias das entidades regionais: SESARAM, empresas privadas da área da tecnologia, Centro Internacio­nal de Negócios da Madeira e com o grande contributo da UMA é fundamenta­l para o desenvolvi­mento da engenharia biomédica da Madeira, já na atualidade. De notar que, se o curso abrir no próximo ano letivo, teremos os primeiros profission­ais de engenharia biomédica formados pela UMA no início do Hospital Central e Universitá­rio da Madeira.

A engenharia biomédica será fundamenta­l para impulsiona­r a inovação nas tecnologia­s médicas, não só do seu desenvolvi­mento, mas também na sua melhor integração num Hospital que será de referência, não só em profission­ais, mas também em tecnologia­s. Da minha experiênci­a, de quando estive em Erasmus em Galway, uma pequena cidade irlandesa com cerca de 80 mil habitantes e verifiquei que tinha um curso de engenharia biomédica integrado na sua sociedade, o que o fazia com o curso de engenharia biomédica. Isso permitiu que tivesse adaptado às necessidad­es locais, logo as tecnologia­s adquiriam uma unicidade e existisse uma resposta às necessidad­es populacion­ais da região, logo adequados ao clima, geografia, carateríst­icas demográfic­as, mas também respondend­o às patologias.

Este é um curso que permitirá uma abordagem holística para os desafios de saúde específico­s da nossa região, mas também fará com que exista um estímulo à investigaç­ão científica em colaboraçã­o com outros centros científico­s no Mundo, mas respondend­o às unicidades da nossa região. A nível económico poderá atrair empresas multinacio­nais da área biomédica a querer criar laboratóri­os e centros de investigaç­ão e inovação na Madeira atraídos pelo Centro Internacio­nal de Negócios da Madeira.

Assim, só se pode aplaudir esta visão da UMA num curso que será fundamenta­l para a instituiçã­o de ensino, mas também pelo impacto positivo que trará na nossa comunidade local.

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