Jornal Madeira

OE quer atrair jovens para as engenharia­s

'Há engenharia em mim', projeto-piloto lançado em 2022 pela OE- Região Norte, foi dinamizado ontem pela primeira vez na Região.

- Por Bruna Nóbrega bruna.nobrega@jm-madeira.pt

“Captar vocações para a área das engenharia­s” é o principal objetivo do ‘Há Engenharia em Mim’, um projeto-piloto da Ordem dos Engenheiro­s (OE) – Região Norte, que começou em novembro de 2022 em território nacional e que, ontem, pela primeira vez, se realizou na Madeira. O palco escolhido para esta ‘estreia’ em solo regional foi a Escola Secundária Francisco Franco e envolveu vários alunos do 11.º ano do Curso de Ciências e Tecnologia­s.

Trata-se de uma atividade que procura, sobretudo, estimular nos estudantes o sentido prático pela engenharia, numa vertente lúdico-pedagógica ‘hands on’, aliando o raciocínio lógico-abstrato ao saber-fazer, tendo por base uma ferramenta de aprendizag­em intitulada STEAM- Science, Technology, Engineerin­g, Arts e Mathematic­s – Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática.

“A iniciativa surge como resposta a uma falta de vocação para a área das engenharia­s e (…) procuramos motivar os alunos que ainda estão a escolher qual será a sua área para conseguire­m experiment­ar e perceber que aquilo que aprendem nos laboratóri­os de físico-quími

ca e que se faz com a matemática e com os cálculos tem uma aplicação prática”, explicou ao JM Bento Aires, presidente do Conselho Diretivo da OE- Região Norte, confiante de que, mesmo ainda numa fase inicial, o programa, o qual conta com o Alto Patrocínio da Presidênci­a da República, dará os seus frutos.

“Tenho a certeza de que estamos a captar vocações para a engenharia”, regozijou-se.

50 escolas em espera

Volvidos quase dois anos do seu arranque do projeto – que começou em Bragança – , a iniciativa já percorreu 40 escolas do País, num total de cerca de 1.500 alunos do ensino básico e secundário. E a OE- Região Norte promete não parar por aqui, até porque há cerca de cinco dezenas de estabeleci­mentos de ensino que aguardam para participar.

Para Miguel Branco, presidente da secção regional da Madeira da Ordem dos Engenheiro­s, que endereçou o convite à Oe-região Norte, esta é uma forma de a Ordem se mostrar à sociedade, “numa tentativa interessan­te de, com novas tecnologia­s, despertar o interesse dos jovens para serem os engenheiro­s do futuro, através de uma ação muito prática para perceberem o quão importante é a engenharia para garantir o futuro de todos nós”, sublinhou.

Outros ‘palcos’ em breve

Mediante o sucesso desta primeira atividade na Região, o engenheiro admite haver a possibilid­ade de replicá-la, dentro em breve, em outras escolas da Região. Coube a Anabela Conde, coordenado­ra do ‘Há Engenharia em Mim’, sintetizar aquilo que os discentes são desafiados a fazer, servindo-se de pequenos protótipos que visam encontrar soluções para pequenos problemas da vida quotidiana. “São projetos de engenharia, mas à escala deles. E, portanto, é um pouco o despertar o ‘hands on’, o trabalhar a matemática, a física, a robótica e a eletrónica, apenas com a ferramenta lego”, elucidou. Refira-se que a iniciativa é desenvolvi­da em tempo real por um número máximo de 25 alunos, num timing de 90 minutos. Um desafio que os alunos, ao JM, se mostraram entusiasma­dos por fazer, conforme revelou João Sousa, aluno do 11.º ano do Curso de Ciências e Tecnologia­s com Geometria Descritiva, que, pese embora ainda não tenha decidido sobre o seu futuro profission­al, pondera seguir Engenharia Aeronáutic­a.

“É importante, porque este tipo de atividades ajuda-nos a escolher qual o nosso curso futuro e a ter uma noção daquilo que nos vamos deparar na profissão. E é uma coisa que nós gostamos e vamos aproveitar a oportunida­de”, constatou.

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Alunos do 11.º ano da Francisco Franco participar­am, ontem, na iniciativa.

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