Sobrelotação sobe para 20,3% na Madeira
Conforme publicação de ontem da Direção Regional de Estatística, a percentagem da população do arquipélago que vivia em alojamentos com falta de espaço aumentou, enquanto a sobrecarga com despesas de habitação diminuiu.
Assim, os resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado em 2023 indicam que o valor da taxa de sobrelotação da habitação da Região situou-se em 20,3%, aumentando 7,3 pontos percentuais (p.p.) face ao ano anterior e situando-se acima da média nacional, que foi de 12,9%, em 2023.
O aumento desta condição de sobrelotação foi transversal a todas as regiões. No continente, este indicador foi de 12,5% (9,2% em 2022) e nos Açores foi de 21,4% (13,5%).
Na Madeira, em 2023, 13,4% dos residentes referiram viver em condições severas de privação habitacional, acima da média nacional, que se fixou em 6,0%.
Nos Açores, este indicador foi de 13,6%. Quanto à carga mediana das despesas em habitação na Região, foi de 9,7%, valor inferior em 0,6 p.p. ao observado em 2022 (10,3%) e igual à do País e à do continente. Nos Açores, fixou-se em 9,5%.
A taxa de sobrelotação da habitação corresponde à proporção de pessoas que viviam em alojamentos em que o número de divisões habitáveis (≥ 4 m2) era insuficiente para o número e perfil demográfico dos membros do agregado.
Por sua vez, a taxa de sobrecarga das despesas em habitação, isto é, a percentagem de pessoas que vivem em agregados familiares em que o rácio destas despesas em relação ao rendimento disponível (deduzidas as transferências sociais relativas à habitação) é superior a 40%, fixou-se, em 2023, em 3,8%. Esta taxa foi inferior em 0,3 p.p. à registada em 2022 (4,1%).
A proporção de pessoas afetadas pela sobrecarga das despesas com a habitação em Portugal foi de 4,9%, sendo mais elevada no continente (5,0%) e mais baixa na RAA (2,8%).
Quanto ao conforto térmico da habitação, os dados recolhidos no módulo ad hoc sobre eficiência energética dos edifícios e dos alojamentos indicam que 86,0% da população da Região vivia em alojamentos em que não era utilizado qualquer tipo de aquecimento, valor acima da média nacional (26,6%).