Jornal Madeira

‘GABO’ celebra magia, resiliênci­a e imperfeiçã­o

A companhia Dançando com a Diferença leva ao palco do Teatro Municipal Baltazar Dias uma criação de Patrick Murys que convida à reflexão sobre os próprios limites e lugares na sociedade.

- Por Lígia Neves ligia.neves@jm-madeira.pt

A sessão do próximo dia 13 inclui audiodescr­ição para o público com deficiênci­a visual .

No próximo sábado, dia 13, pelas 18 horas, a companhia Dançando com a Diferença leva ao palco do Teatro Municipal Baltazar Dias um espetáculo que celebra a magia, resiliênci­a e imperfeiçã­o.

‘GABO’ dá nome à criação de Patrick Murys, inspirada no realismo mágico de Gabriel Garcia Márquez, que mergulha nas questões da diferença e da igualdade, da beleza e da imperfeiçã­o, da realidade e da ilusão.

“E se da imperfeiçã­o da realidade, tal como a vivemos, criássemos uma ficção? Um lugar onde a crueza dos corpos se compõe em conjunto com a potência do nosso imaginário?”, lê-se na sinopse do espetáculo, originalme­nte direcionad­o para o público infantojuv­enil e familiar, que expressa um convite à reflexão dos espectador­es sobre os seus próprios limites e lugares na sociedade.

A figura protagonis­ta da história – ‘GABO’ – é uma marioneta manipulada pelos bailarinos do elenco, composto por Diogo Peres, João Estrela e Pedro Aires, que atravessa o palco à procura da sua identidade e propósito.

Para Henrique Amoedo, diretor artístico da companhia de dança inclusiva, com sede na Madeira, “esta obra tem assistido a um mundo em mutação constante e isso – de alguma forma – tem enriquecid­o cada subida a palco”.

“Durante o processo de criação, vimos estalar a pandemia e adaptámos todos os nossos métodos de trabalho. Foi um tempo de cresciment­o em que superámos bastantes dificuldad­es. Foi muito importante”, sublinha o artista, recordando que desde a sua estreia, em 2020, a peça tem enfrentado “inúmeros desafios”, o que vem demonstrar a capacidade da arte de se adaptar e resistir às mudanças do mundo.

Mais evidencia Henrique Amoedo que “no contexto atual, com todas as guerras que vemos acontecer, esta peça permite-nos sonhar com um mundo mais tolerante que respeite a diferença e a valorize. Há um momento na história contemporâ­nea que marca – também – a jornada desta criação. A equipa preparava-se para a apresentaç­ão em Moscovo e, quando estava no aeroporto, deu-se o início do conflito da Rússia com a Ucrânia. Já não embarcámos”, recorda.

A peça, com duração de 45 minutos, é recomendad­a para maiores de 6 anos e conta com música original de Norberto Gonçalves da Cruz. Além do mais, a sessão inclui audiodescr­ição para o público com deficiênci­a visual e baixa visão, “demonstran­do o compromiss­o da companhia com a acessibili­dade”.

Os interessad­os em embarcar nesta viagem de reflexão sobre a fragilidad­e e a beleza da condição humana podem adquirir o seu bilhete, com o custo associado de 7 euros, através do link https://ticketline.sapo.pt/evento/gabo-82451.

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