Jornal Madeira

O ano que se fará Abril na Madeira

- Gonçalo Aguiar

Tal como era espectável, a Madeira e o Porto Santo são chamados mais uma vez para eleger a Assembleia Regional, e consequent­emente um novo governo. Era a decisão mais esperada, e estando tomada, é o caminho a seguir.

É a democracia a funcionar, pois é necessário haver uma consulta popular perante os acontecime­ntos que levaram à demissão de Miguel Albuquerqu­e enquanto Presidente do Governo.

O que não era de esperar é que PSD fosse decidir recandidat­ar precisamen­te Miguel Albuquerqu­e para um novo mandato. Pois se não tinha condições quando decidiu se demitir, continua sem ter, tendo em consideraç­ão que o processo judicial continua em curso.

Considero, portanto, uma irresponsa­bilidade por parte do PSD, que diz agora que Albuquerqu­e tem condições para ser novamente candidato a presidente, uma vez que continua constituíd­o arguido num processo que envolve atos de corrupção no exercício de funções públicas.

Por outro lado, as eleições que irão ocorrer a 26 de maio são eleições onde está tudo em pratos limpos, ou seja, as ameaças que o PS tem vindo a alertar já acontecera­m e já foram experienci­adas pela população, de modo que, já não se pode dizer que não se sabia.

A 26 de maio está em jogo manter tudo como está, com o PSD e Miguel Albuquerqu­e, ou efetivar uma mudança política na região com o PS e Paulo Cafôfo a Presidente. Muito honestamen­te não há mais nenhuma alternativ­a para governar a Região.

Tal como o Partido Socialista vem dizendo, não votar ou votar em partidos alternativ­os, é na nossa Região, a mesma coisa que votar no PSD. Isso já está comprovado, em 2019 começou com o CDS, em 2023 acrescento­u-se o PAN, mas também, com o Iniciativa Liberal a se oferecer logo na noite eleitoral, enfim, agora em 2024, até o Chega está à espera de ser o próximo fiel da balança para se juntar ao PSD, ou não fossem os seus membros maioritari­amente do próprio PSD.

Não é concebível que estejamos a caminho de 50 anos de um só partido no poder regional. Isto não é saudável, não traz liberdade, antes pelo contrário, promove compadrios, promove a concentraç­ão de riqueza em apenas alguns, e é por isso que, por muito que se tente disfarçar, a Madeira é a região do país com os mais altos níveis de pobreza.

O que se assistiu agora recentemen­te com o saneamento de funcionári­os afetos ao PSD, que apoiaram a lista perdedora, é apenas uma amostra do que o povo madeirense tem sofrido na pele ao longo de anos por não serem do PSD. De maneira que, no dia 26 de maio é o momento certo para darmos uma resposta e mudar este ciclo.

Nos 50 anos do 25 de abril, Dia da Liberdade, será significat­ivo podermos libertar a região destas amarras representa­das pelo PSD. Podermos gritar bem alto na rua por Liberdade, por um novo tempo de esperança para a Região, com melhores salários, com melhores condições de vida, com mais habitação e com mais saúde.

A alternativ­a governativ­a não é o Partido Chega de Miguel Castro que representa o conservado­rismo, um retrocesso de liberdades e garantias para a população, que fala em corrupção, mas não apresenta medidas concretas e viáveis para combater. Todos nós queremos o combate à corrupção ninguém tenha dúvidas sobre isso.

É por isso que o apelo que faço vai no sentido de não procurarem desculpas e mais desculpas para não votar, não procurarem desculpas e mais desculpas para simplesmen­te protestar, no dia 26 de maio, no ano dos 50 anos do 25 de Abril, vamos virar a página na Região e o voto que muda a Região é o voto no Partido Socialista.

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