Europa espera por Costa, que
As recentes palavras de Marcelo Rebelo de Sousa continuam a fazer eco. Na passada quarta-feira, depois de o Tribunal da Relação de Lisboa ter rejeitado o recurso do Ministério Público (MP) no processo Operação Influencer, decidindo que os arguidos ficam com Termo de Identidade e Residência, o Presidente da República afirmou que "começa a ser mais provável" haver um português no Conselho Europeu, referindo-se, assim, ao ex-primeiro-ministro António Costa.
Ontem, apesar de garantir que “"ainda não discutimos os nomes, porque toda a gente está à espera dos resultados das eleições para o Parlamento Europeu”, a chefe de Governo da Estónia, Kaja Kallas, descreveu António Costa como um homem "muito respeitado" pelos líderes da União Europeia.
Por cá, as opiniões dividem-se, com o presidente do Chega a considerar que “parece haver uma espada sobre o tribunal” a pedir a absolvição rápida de Costa “para ele poder ir para o Conselho Europeu”. André Ventura adiantou ainda que, independentemente do que venham a ser as conclusões judiciais, há suspeitas políticas neste campo, que envolve a construção de um Data Center na zona industrial e logística de Sines
pela Start Campus e que, por isso, irá propor uma comissão parlamentar de acompanhamento (não de inquérito) – semelhante à que se constituirá para os fundos comunitários – para investigar os “negócios de milhões do lítio e do hidrogénio”.
Mais contido, o presidente da IL, Rui Rocha, pediu cautela com “conclusões precipitadas” quanto ao acórdão da Relação sobre a Opera
ção Influencer, considerando que o “tempo da justiça deve ser respeitado sempre”, independentemente da vantagem para qualquer um dos lados políticos.
Já a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, considerou que as explicações da procuradora-geral da República sobre o envolvimento de António Costa na Operação Influencer foram insuficientes, pedindo que se esclareça o quadro da investigação, âmbito e duração.
Recorde-se que a legislatura anterior foi interrompida na sequência da demissão de António Costa, após ter sido divulgado que era alvo de um inquérito instaurado no MP junto do Supremo Tribunal de Justiça após ter sido extraída uma certidão do processo-crime Operação Influencer.