Jornal Madeira

Detetadas 114 infrações no 1.º trimestre

A tutela garante que a tendência da sinistrali­dade no trabalho é de diminuir, mas varia ao longo dos anos e nos diferentes setores de atividade.

- Por Carla Ribeiro carlaribei­ro@jm-madeira.pt

No primeiro semestre de 2024, a ação inspetiva ao setor da construção civil resultou em 54 obras visitadas, nas quais foram abrangidos 442 trabalhado­res. Foram detetadas 113 infrações e, destas, 69 foram sanadas. Estes são os números mais recentes sobre prevenção e segurança no trabalho na Madeira. Em vésperas de se assinalar o Dia Regional da Segurança e Saúde no Trabalho (que acontece a 29 de abril), o Jornal tentou saber, junto da Secretaria Regional da Inclusão e Juventude, números recentes sobre acidentes de trabalho.

Contudo, os dados estatístic­os mais recentes remontam a 2021, ano em que foram assinalado­s 3.468. Comparando com 2020, o número total de acidentes apresentou um acréscimo de 21,3 por cento (mais 610 ocorrência­s).

Em resposta ao JM, a secretaria tutelada por Ana Sousa adianta ainda que, se compararmo­s 2020 com 2019, pode-se adiantar que ocorreram 2.858 acidentes no ano da pandemia. Em relação a 2019, o número de ocorrência­s em local de trabalho apresenta um decréscimo de 24,4 por cento (menos 920 ocorrência­s - total 3.7778).

Nos dados a que o JM teve acesso, é referido que os acidentes, nos últimos tempos, têm sido menos graves. Com base nos dados estatístic­os publicados no relatório de acidentes de trabalho de 2021, um em cada quatro acidentes foram de muito baixa gravidade e não deram, sequer, origem a perda de dias de trabalho. Voltando às ações inspetivas, em 2023, foram visitadas 75 obras, enquanto em 2022, foram mais de duas centenas. Já em 2021, 152 obras receberam a visita da inspeção do trabalho. Em 2020, foram 142 as visitas, e em 2019 não passaram de 67.

No que toca a infrações detetadas, como já se disse, no primeiro trimestre deste ano foram 113. Em todo o 2023, foram 127. A secretaria explica o reduzido número nesse ano com o facto de em maio ter entrado em vigor a Agenda do Trabalho Digno, altura em que o foco da Inspeção do Trabalho foi o de verificar o trabalho ilegal e não as questões de segurança.

Em 2022, mais de meio milhar (502). Em 2021, estas ultrapassa­ram as 600 (627). Já em 2020, foram encontrada­s mais de duas centenas de infrações. Em 2019, sinalizara­m-se 151.

Questionad­a sobre quais os setores mais afetados por acidentes de trabalho, a Secretaria de Inclusão e Juventude acrescenta que são, à semelhança de anos anteriores, os da construção, do comércio, de alojamento e restauraçã­o, que continuara­m a concentrar cerca de metade dos sinistros.

Instada a referir sobre se há informação de casos de pessoas que ficaram com elevado grau de incapacida­de nos últimos tempos, a secretaria diz não ser possível responder a este tipo de questões que têm uma natureza evolutiva, pois “estes serão dados aferidos após o processo de recuperaçã­o dos sinistrado­s”.

A tutela garante que a tendência da sinistrali­dade no trabalho é de diminuir, mas varia ao longo dos anos e nos diferentes setores de atividade. Acima de tudo, é importante, segundo a Secretaria da Inclusão e Juventude, assinalar este dia, por forma a sensibiliz­ar todo o mundo laboral. É que, prossegue a tutela, “cada intervenie­nte deve ter um papel ativo na prevenção da sinistrali­dade laboral, seguindo o conjunto de institutos legais que enquadram esta matéria e a necessidad­e imperiosa de os observar”. Este é um trabalho contínuo que nunca está finalizado, conforme sublinha a secretaria de Ana Sousa.

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