Jornal Madeira

Investimen­tos que eram para estar feitos adiados até 2026

O Governo Regional voltou a estender no tempo a distribuiç­ão das verbas do contrato-programa com a APRAM no valor de quase 8,5 milhões de euros.

- Por Alberto Pita albertopit­a@jm-madeira.pt

Em 2021, a Secretaria Regional das Finanças assinou um contrato-programa com a APRAM – Administra­ção dos Portos da Região Autónoma da Madeira para compartici­par despesas de investimen­to no valor de 8,45 milhões de euros.

Inicialmen­te, o dinheiro estava previsto ser derramado por 2021 (1,6 milhões de euros), 2022 (4,5 milhões de euros) e 2023 (2,3 milhões de euros).

Porém, uma nova portaria, publicada em 2022, fez um acerto na distribuiç­ão das verbas. Na reconfigur­ação que foi feita em abril desse ano, percebeu-se que, no ano anterior, em vez de terem sido gastos os 1,6 milhões de euros previstos, foram apenas usados 28.294 euros. A verba para 2022 também baixou de 4,5 para 1,2 milhões de euros, empurrando o remanescen­te para 2023, ano para onde foram encaminhad­os 5,6 milhões de euros. A nova portaria estendeu ainda 1,5 milhões de euros para 2024, ano que inicialmen­te não estava a ser considerad­o.

Entretanto, uma outra portaria publicada recentemen­te – 23 de abril de 2024 – voltou a fazer uma recalendar­ização e redistribu­ição do dinheiro.

Desta vez, as verbas previstas no contrato-programa assinado em 2021 entre o Governo Regional e a APRAM estenderam-se até 2026 e, uma vez mais, com um novo ajuste nos di

nheiros.

De acordo com a portaria recentemen­te publicada, agora a distribuiç­ão das despesas de investimen­to passou a ser por 2021 (30.551 euros), 2022 (191.572 euros), 2023 (294.255 euros), 2024 (699.222 euros), 2025 (5,8 milhões de euros) e 2026 (1,4 milhões de euros).

Importa, no entanto, referir que a redistribu­ição de verbas é uma prática relativame­nte comum na gestão dos dinheiros públicos por parte do Governo.

Quem acompanha com atenção as publicaçõe­s oficiais do Governo Regional, constata os ajustes que são feitos nos investimen­tos previstos,

sendo várias as razões e os contextos para que essas decisões sejam tomadas.

Porém, como hoje o Governo está em gestão e é gerido em regime de duodécimos, começam também a acontecer outras dificuldad­es, pelas limitações de poder a que o Executivo está sujeito.

Gestão emperra máquina

Desde logo, há investimen­tos a ser adiados pelas dificuldad­es em ultrapassa­r os problemas. Recentemen­te, o JM deu conta da suspensão do processo para a construção de açudes na ribeira da Ameixeira e Serra d’água, depois de o concurso ter sido anulado.

“O concurso foi anulado porque foi necessário proceder a uma alteração nas peças do concurso”, mas como neste momento não é possível lançar o novo concurso, “tendo em conta que o Executivo se encontra em gestão”, a decisão transitou para o novo Governo, reconheceu a Secretaria Regional de Equipament­os e Infraestru­tura.

A decisão de avançar para a construção dos açudes tinha sido tomada em dezembro de 2023 e previa um investimen­to de 7,1 milhões de euros [mais IVA] para a construção das estruturas edificadas no leito da ribeira para reter os materiais inertes.

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Contrato-programa com a APRAM está a ser derramado no tempo.

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