Jornal Madeira

Dívida global da autarquia do Funchal é de 45 milhões

Foram aprovadas as contas de 2023, que apresentam um saldo negativo de cinco milhões de euros. No global, a dívida ascende a 45 milhões, incluindo os 31 milhões “ocultos” pelo anterior executivo.

- Por Paula Abreu paulaabreu@jm-madeira.pt

Foram aprovadas, na sessão ordinária da Assembleia Municipal do Funchal, as contas referentes a 2023. Os deputados municipais do PSD/CDS votaram favoravelm­ente, enquanto a CDU, o MPT e o agora deputado independen­te Joaquim Sousa (EX-PAN) se abstiveram. PS e o BE votaram contra.

Cristina Pedra afirmou que, em 2023, a execução do Plano de Investimen­tos foi na ordem dos 56%, revelando que a dívida atual da autarquia ascende a 45 milhões de euros. Contudo, sustentou que” é preciso comparar a dívida dos 31 milhões de euros que estavam ocultos nas contas do anterior executivo, montante esse referente a faturas da ARM que não estavam contabiliz­adas”, o que representa “um grande peso e uma herança da anterior vereação”.

As contas referentes a 2023 apresentam um saldo negativo de 5 milhões de euros, resultado esse que “expressa um conjunto de compromiss­os e consequênc­ias por decisões tomadas pelo anterior executivo da coligação Confiança”, disse a presidente do município, apontando que, “só em juros e custas processuai­s associadas à divida da ARM, são 3 milhões de euros até decisão definitiva do tribunal”. A autarquia “estancou” juros e execuções, desde 1 de janeiro de 2023. “Neste momento as faturas estão a ser pagas a horas”.

Cristina Pedra garantiu que a situação financeira e patrimonia­l do município é equilibrad­a nas contas de 2023”, destacando as medidas implementa­das pela atual vereação.

Gonçalo Pimenta, do CDS, criticou “a amnésia” do PS que, quando liderou o executivo, “devolveu zero” de IRS aos munícipes, quando a atual vereação vai devolver 23 milhões no mandato atual.

Já pela oposição, Andreia Caetano,

do PS, criticou o saldo negativo superior a 5 milhões de euros nas contas. “O executivo está à deriva e é incapaz de cuidar da cidade do Funchal”, acusou.

O MPT considerou que o grau de endividame­nto do executivo aumentou 4%, defendendo que a autarquia devia usar os depósitos bancários a prazo que tem para abater na dívida.

A CDU discorda que a derrama tenha sido eliminada para todas as empresas, consideran­do que as grandes

empresas, com lucros, deviam pagar esse imposto municipal, cujas receitas reverteria­m para fazer face a outras despesas.

O PS recebeu um ‘chumbo’ numa proposta contra a forma como o Facebook da Assembleia do Funchal tem sido gerido, consideran­do que os deputados e o trabalho da oposição têm sido ignorados nas publicaçõe­s na página institucio­nal. A esse respeito, o presidente do parlamento municipal sublinhou que “nunca” pensou ter de

quantifica­r o número de registos fotográfic­os na página. Recusando-se a ceder a “feiras de vaidades”, José Luís Nunes compromete­u-se a estar mais atento.

Foi aprovado por unanimidad­e um voto de congratula­ção da autoria do PSD, pelo envolvimen­to da população nas comemoraçõ­es do 25 de Abril. O PS também apresentou um voto de saudação sobre a data, rejeitado pela maioria.

A criação do concurso artístico para a Igualdade de Género e Não Discrimina­ção – Prémio Municipal Manuela Aranha foi outro ponto aprovado.

A Assembleia Municipal aprovou por unanimidad­e a atribuição da Medalha de Mérito Municipal, Grau Ouro, a José António Gonçalves, a José Viale Moutinho, João Carlos Nunes, Francis Zino e a João Carlos Abreu que, tal como noticiou o JM, serão entregues no Dia da Cidade.

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A agenda da sessão ordinária da Assembleia Municipal do dia de ontem teve 12 pontos em discussão.

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